domingo, 28 de dezembro de 2008

Desilusões de ano novo

Que "ano novo" é tempo de fazer diferente, isso todo mundo já sabe. Por incrível que pareça, a única época em que pensamos mudar a posição das gavetas do armário, renovar o estoque de roupas brancas ou fazer certas simpatias que parecem não existir o ano inteiro, é no reveillon. Também pudera...

É tempo de dizer para o vizinho o quanto ele é importante e pedir desculpas pelas vezes que se colocou o lixo pingando na calçada/lixeira alheia. É momento de abrir o coração (e a carteira) e passear com os filhos naquele shopping lotado em pleno dia 31. E é tempo, principalmente, de se pensar nas famosas "resoluções de ano novo", que, quase sempre, viram "desilusões de ano novo", haja vista o número infinito de itens na listinha.

Tem gente que diz querer emagrecer, mas que faz de sua ceia de ano novo um complemento à ceia de Natal. Tem uns mal-acabados por aí que dizem que no ano seguinte vão parar de beber, mas acabam acordando no 1º de Janeiro com uma ressaca maior do que aquela que o motivou a fazer tal resolução. E tem aqueles aficionados à tecnologia, que dizem que resolução boa mesmo só uma TV de LCD Full HD, com conexão HDMI, é que tem!!

A dica, nesse caso, é fazer apenas uma resolução: prometer a si mesmo cumprir todas as suas promessas, e não deixar palavras ao vento. Se não pode, não prometa! Isso serviria para os políticos, se eles lessem esse texto e não estivessem preocupados em preparar o primeiro golpe de corrupção do ano novo. Seria trágico, se não fosse cômico.

A novidade está aí e ela tem tudo pra ser uma novidade melhor. Vai de cada um de nós fazermos do nosso espaço um espaço bom pra se viver. Prometer menos, cumprir mais, realizar vontades, cuidar do próximo e deixar de lado tudo o que se chamar ou parecer dinheiro. Deixar de lado não; usar com parcimônia, diria. Pois tudo demais é sobra, a começar por um ano, como esse que acaba, com 366 dias.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Crepúsculo

"Crepúsculo" tinha tudo pra ser só mais um filme, daqueles tipo "Romance". Mas ainda bem que não foi. Apresento-lhes agora tudo - ou pelo menos alguma coisa - que esse futuro sucesso de bilheteria no Brasil ou, como disse o vendedor da livraria onde o livro homônimo vem ganhando cada vez mais espaço, um misto entre "Código da Vinci" e "Anjos e Demônios", tem a oferecer.

Até agora não entendi de onde foi que o tal vendedor tirou que "Twilight" parece com "The Da Vinci Code". Deve ser por causa do fenômeno mundial de vendas de ambos os livros. O fato é que poucas histórias que vi no cinema me fizeram curioso, pensando no que iria acontecer depois, com o desenrolar de tudo. "Crepúsculo" foi uma delas.

É o típico filme pra você parar, pegar a pipoca, se recostar na poltrona e perder a noção do tempo, principalmente na hora dos voos do "vampirinho camarada", abraçado à "humanazinha solitária", com uma paisagem ao fundo que eu dava tudo pra saber se existe de verdade e se está aberta pra visitação.

O filme, porém, peca em diversos aspectos, como na adaptação do livro para as telas (não o li ainda, mas já ouvi muita gente dizer que faltou a "pegada" que a escritora Stephenie Meyer projetou originalmente) e em alguns efeitos especiais pra demonstrar a habilidade do incrível Edward Cullen, interpretado brilhantemente pelo ator Robert Pattinson. O resto (e tudo aquilo o que você ousar ouvir) é pura crítica. Uma historinha cool, diria: o amor entre um vampiro e uma humana. Mas que vai bem além disso...

Pra começar, vampiros aqui não bebem sangue de gente. É até anti-lendário, mas Edward Cullen só quer saber das hemácias de animais. De Bella Swan jamais... Pelo menos a idéia de que vampiro não pega sol prevalece. Isso salva suas expectativas?! Que nada. Se pensou em monstruosidade, esqueça. "Twilight" tá mais pra romance dramático adolescente do que pra filme de terror. Talvez seja esse o motivo da história conquistar tantos fãs mundo afora: a vontade adolescente de ser forte, sedutor e imortal, como disse Liz Vamp em entrevista ao site G1 e que você confere clicando nesse link.

A trilha sonora é bem dinâmica, adolescente e especialmente selecionada, mas espero que melhore em 2009 com "Lua Nova", a continuação de "Crepúsculo", também baseado na continuação da série literária, com data marcada pra estréia nos EUA em 20 de Novembro. Quem for ao cinema só pra ouvir "Decode", do Paramore, em uma das cenas do casal, por exemplo, vai se arrepender pra todo o sempre. Acontece que músicas ao piano são mais apropriadas pra ocasião, e "Decode" chamou muita atenção em terras tupiniquins.

Outra coisa. Assisti dublado. Pode me criticar, mas saiba que foi escolha minha, assim como de mais de 200 desesperados que o cinema pôde comportar. Mas dublado é sempre melhor: você não corre o risco de perder um detalhe (ah, o filme é cheio de detalhes) crucial do filme porque estava lendo a legenda, nem de deixar de ler a própria legenda. Gostos; cada um tem o seu...

Enfim! Um filme pra se ter em DVD e assistir até o disco arranhar. Assim é "Crepúsculo". E olha que eu sou chato pra analisar películas, principalmente quando a sala do cinema tá cheia de pré-adolescentes gritando pra ter seu próprio Edward Cullen...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Métodos Marckosianos de ver a vida (2)

A gente aprende com o tempo. 1 ano se passou desde que eu criei esse blog e tanta coisa aconteceu que fica até difícil fazer uma lista de final de ano e pedir que 2009 seja melhor que 2008. Tá certo, 2009 deve ser melhor que 2008 em um monte de aspectos, mas se desse pra ser igualzinho só que diferente, como diz meu ex-professor Flávio César, seria como se existisse a nona maravilha do mundo…

Sim, meus caros leitores. De grosso e estúpido do último semestre, passei a ser tarado, nerd e uma porrada de outros adjetivos que meus novos amigos resolveram colocar em mim. Poucos verdadeiros e novos amigos, ainda diria. Poucos porque, ainda, são poucos os que me aguentam (dessa vez sem o trema) e concordam em gênero, número e grau com o que digo.

E antes que você me pergunte sobre os “colegas” de outrora, queria dizer-te (ênclise) que alguns, ou melhor, a maioria deles, ainda continuam na condição de colegas, e outros, a minoria, como era de se esperar, viraram o que eu chamaria de amigos, que erram, mas me consertam diariamente, fazendo com que eu aprenda cada vez mais o verdadeiro valor de uma boa amizade.

Marckosiano, só pra que você entenda, vem de uma brincadeira da única namorada que tive nesse ano, Thaís Marques. Eu gostava dela, confesso. Mas quando a gente resolveu dizer que tava namorando, parece que o nosso mundo fez foi desmoronar, como se algo (ou alguém) não quisesse que a gente ficasse junto.

E o encontro entre o Poeta e a Inspiração, que rendeu sófregas indagações aqui mesmo nesse blog?! O Poeta pensou que a poesia que escrevia se desmancharia logo após o beijo no rosto seguido de um abraço apertado que dera na Inspiração. Ela, pela primeira vez, parecia retribuir um gesto guardado em segredo pelos dois. Ela, no auge de sua curiosidade, e ele, no auge de sua paixão. Mas paixão, de acordo com a história de Tristão e Isolda, só dura 3 anos. Exatamente o tempo que os dois esperaram completar para poderem se encontrar…

Mas se é pra ver a vida, vamos ao que interessa. Em todo lugar existe inveja, mas também, em todo lugar, existe alguém esperando pra ser teu amigo. Todo mundo erra, mas todos nós acertamos mais cedo ou mais tarde. A verdade está lá, na sua cara, mas fica difícil acreditar quando a menina parece ser a mais santinha da escola. A traição, de quem quer que seja, pode ser perdoada, desde que não seja por você. O vestibular foi e sempre será assunto de todo o seu ensino médio, pode apostar. Machado de Assis era negro e não moreno, mulato ou mestiço como pintam por aí; o Maranhão é uma Grande Mentira; Jesus Cristo, dizendo os astrônomos, nasceu em 17 de Junho; a Guerra dos Farrapos foi comandada por almofadinhas; a menina Isabella não foi assassinada pelos pais; eu ainda gosto dela (não da menina Isabella, e sim de uma terceira pessoa); aprendi a tocar “Another Brick in the Wall” no violão; passei a noite fora pela primeira vez; beijei duas das minhas melhores amigas no mesmo dia (e quase ao mesmo tempo…); aguentei porre de um melhor amigo; aguentei saber que um colega meu ficou com uma grande amiga minha; sofri; ri; chorei; calado. Conheci umas três meninas que eu dava tudo pra ficar com elas, mas elas têm namorado. Melhor deixá-las namorando mesmo, senão a confusão na vida delas se instaura de uma maneira que eu nem quero me meter. Melhor mesmo é parar de escrever, pular para o próximo parágrafo e prometer uma continuação para esse fenômeno da literatura de computador.

Porque pra ser Marckosiano precisa ter muita paciência e um bocadinho da virtú de Maquiavel. Mas eu ainda prefiro ter a Inspiração por perto…

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Então tá, vamos falar de música…

O título do texto já diz tudo, caro leitor. Hoje, aquelas crônicas com crítica a tudo simplesmente desaparecem como que por passe de mágica. Mágica essa que anda rondando minha humilde vida. Mas se eu for falar dessa vida que tanto anda me surpreendendo, o texto se estende, as palavras vão fluindo e meu objetivo de contar-lhes algumas das músicas que mais ando ouvindo simplesmente cessará. Então tá, vamos falar de música!

1. Katy Perry – Hot ‘N Cold

A mudança tão constante das pessoas. O fato de elas uma hora quererem uma coisa e logo depois desejarem outra completamente diferente. Tô percebendo isso em alguns à minha volta. Sem falar na batida dançante da música da garota que diz que adorou beijar outras garotas…

2. John Mayer – Say

Descobri essa música meio que por acaso, lá no site de videos da MTV gringa. O fato é que eu me apaixonei pela letra, pela melodia e pelo filme de onde ela aparentemente saiu. “Antes de Partir” (“The Bucket List”, em inglês) não é só um filme. É uma história, uma lição de vida e uma forma de esquecer os aparentes problemas. Recomendo – a música e o filme.

3. Túlio Deck e Di Ferrero – Tudo Passa

Ouvir Jovem Pan à noitinha fazendo dever de Matemática, se não me engano, serviu pra alguma coisa. A esperança de resolver todos as nossas dificuldades, a vontade de falar a verdade só pra que tudo se ajeite, um desabafo… Trilha de novela, viu. Não tô falando nada à toa por aqui!

4. Paramore – Decode

A palavra “decode” em português quer dizer “decifrar, traduzir”. Pode-se dizer que o sentido principal dessa música se faz por tentar decifrar um sentimento ainda desconhecido dentro de nós mesmos. Escolhida pra fazer parte da trilha sonora do filme “Crepúsculo”, que estréia no Brasil dois dias após o meu aniversário, “Decode” parece querer me passar uma lição em seu refrão. A lição por enquanto se dá muito mais no sentido de achar que conheço alguém muito bem e que, mais cedo ou mais tarde, irei me decepcionar com ela. “Well, I think I know…”

5. Chimarruts – Versos Simples

Pra quê mostrar riqueza material pra quem se ama?! Pra quê demonstrar carinho e apreço através de algo que mais cedo ou mais tarde se findará? Como disseram os Titãs certa vez, “não existe o amor, apenas provas de amor”. E escrever, demonstrando um pouco do muito que se sente, e de uma forma simples, pode ser um jeito de provar esse tal amor que tanto toma conta de você.

6. Cláudia Leite – Pássaros

Pra terminar, trago a vocês a canção da liberdade, da sensação de acordar e ver que um novo dia nasceu e que já é hora e momento de tentar fazer tudo diferente. Voar, usando as asas da imaginação, em uma busca que não se acabará jamais: a eterna vontade de encontrar seu verdadeiro amor…

Por enquanto é isso. Pra ouvir e baixar todas as músicas aqui citadas basta clicar em cima do nome de cada uma delas. Queria confessar a vocês que sou melhor escrevendo do que descrevendo, principalmente quando o texto se torna tão subjetivo e onde minhas sensações viram parte da canção. Para saber o que mais eu tô ouvindo nesse mundo de meu Deus, acesse meu perfil na Last.fm: http://www.lastfm.com.br/user/markoso17

Abraços a todos e até mais.

sábado, 22 de novembro de 2008

(Eu) Sonho Coletivo

Algumas pessoas que conheço dizem odiar andar de ônibus. Também pudera. Toda aquela coletividade apertada, os odores desagradáveis, o barulho abafado e o desconforto característico da lotação, que já fazem parte de nossa realidade, chegam a cansar o trabalhador ou o estudante antes mesmo do início de sua rotina dita “oficial”.

Por outro lado, ainda existe uma gama de gente que adora sentir aquele vento no rosto, sentado na cadeira confortável, ao lado da janela. Para eles, puxar a cordinha é uma arte. Confesso que sou um deles. Não que o transporte coletivo não me irrite, pelo contrário, ele me irrita e muito. Mas certas coisas que a gente vê ou escuta acabam mudando nossa opinião, pelo menos por agora…

Primeiro foi aquela garota. Ela devia estar mascando chiclete ou algo do gênero. Falava com a mãe pela janela do ônibus. Dizia que iria encontrá-la por volta das 10 da noite, perto de seu curso, do outro lado da cidade. Era linda e devia ter seus 18 ou 19 anos. Estranha essa minha mania de me apaixonar por simples atos de todo mundo…

Depois aquele menino. Parecia ser pobre e devia ter seus 10 ou 11 aniversários. Ao passar por uma loja já enfeitada para o Natal, ele vê o “Papai Noel”. E faz um pedido, sem a mínima vergonha, aquela que aparentemente eu ou você teríamos. Ele pede, com a mais árdua vontade, um velocípede. Incrível como o sonho da infância nos faz pensar tanto em nossos sonhos de adulto…

Mais incrível ainda é saber que os sonhos de adulto também nos servem como lição!! Ele devia ter suas 36 ou 37 primaveras. Entoava um lindo salmo, logo pela manhã, bem no momento em que eu entrava no “buzão”. Depois de uns 5 km rodados pelo motorista, seu sonho de ser cantor fora explicitado pra todos que estavam naquele local. Contava sua história de luta, fé e força de vontade para quem quisesse ouvir. Hoje, depois de ter feito curso na Escola de Música do Maranhão, é cantor de uma igreja evangélica e ainda sonha em comprar outros equipamentos musicais. Sonhos que podemos ter…

É por isso, exatamente por isso, que a coletividade me fascina e me aterroriza; me seduz e me corrói; me maltrata e me perdoa. Tanta gente igual a você cercada pelo silêncio, sentadas sem trocar uma palavra sequer e quase sempre com pressa. Pessoas vendendo bombons em busca de um trocado pra tocar a vida. Gente cansada que daria tudo por, ao invés de cadeiras, camas espalhadas por aquele chão de alumínio friozinho e que todo mundo pisa. Pessoas que poderiam te salvar de qualquer coisa, mas não o fazem porque simplesmente não te conhecem (ou não quiseram conhecer).

Agora, quando sair de casa, saia pensando que você pode (e deve) aprender com os sonhos dos outros. Não saia de casa pensando que você vai pegar um ônibus só pra se estressar, sujar sua roupa ou ficar com uma alergia causada por fungos (como eu fiquei), devido à sujeira de um desses carros por aí. Bem mais incrível que tudo dito incrível nesse texto é imaginar que menos de um ano indo todo dia pra escola de ônibus me fizeram alguém melhor, apesar de tudo!!

Estranho mesmo seria se eu não sonhasse coletivo! Afinal, andar de ônibus é “indie”…

sábado, 15 de novembro de 2008

Segundo Ato – A Inútil Solidão

Definitivamente, o homem é sim uma ilha. Que me desculpe John Donne ou qualquer outro que defenda o contrário, mas a única coisa que me resta é discordar. Aquela simples ida ao cinema, naquele simples sábado, me fez perceber o quanto somos feitos de nós mesmos.

Não quero, contudo, dizer que todos ao meu redor simplesmente perderam a importância de uma hora pra outra, até mesmo porque não perderam. Naquele momento era o meu momento, o momento de me sentir só, uma solidão que, por sinal, machuca demais…

Namorar, ficar, curtir, enganar, me apaixonar, chorar, sofrer…, tudo isso eu já tentei e nada me fez parar de sentir o que os povos chamam de solidão. Talvez eu tente tudo isso de novo ao longo de minha vida, mas com um certo medo de errar mais uma vez e sempre com a esperança de parar de me sentir sozinho. Ops! Acabo de me contradizer.

Nenhum homem é uma ilha, meus caros. E não falo só de nós do sexo masculino. Até mesmo as mulheres, que tanto confundem nossas cabeças com suas investidas invertidas, também sofrem com esse isolamento. Todos nós necessitamos de um ombro amigo ou de um carinho enamorado. Nada nesse mundo consegue se firmar sozinho, é sempre alguém aprendendo e sempre alguém ensinando, sempre alguém sorrindo e sempre alguém chorando, é a eterna troca pela qual cada um de nós, inevitavelmente, vai ter que viver um dia.

Vou tentar parar de me sentir sozinho. Vou procurar tudo de bom que há em mim mesmo e aproveitar cada vez mais o que essa vida complicada tem pra me oferecer. Sorrir mais, amar mais, viver mais, de uma maneira saudável e cheia de possibilidades. Gozar do meu último mês com 16 anos de idade e partir pras responsabilidades dos 17. Idade de adolescente e mente de gente grande…

A vocês, dessa vez, não um exímio sorriso, mas a inútil constatação de que amar, amar é desnecessariamente necessário:

Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.

John Donne

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Primeiro Ato – A Doce Brisa

Ela nem parece que é de verdade. Deve ser mais uma ilusão dessa minha cabeça que vive inventando amores e desamores inalcançáveis. Ela pode ser tudo, pode ser vento, pode ser tempestade, pode ser Brisa… Pode ser o que ela quiser, basta querer. Hoje, ela é inspiração!!

Ela ouve Belinda, ela ouve Rihanna. Ela assiste a Grey, ela odeia a Montanna. Só não é capaz de guardar qualquer coisa em um lugar que ela possa lembrar depois (até hoje espero minha caneta, viu).

Ela me machuca, confesso. Tem um discurso meio diferente do normal. Chegou ao cúmulo de dizer que jamais andaria de mãos dadas com um garoto e, um dia depois, passeava em polvorosa com um deles feito aquelas mães hiper-cuidadosas com seu pimpolho do lado. Não que eu esteja com ciúmes, jamais! Ela devia ter sorte de ter alguém que a lembre de parar de cantar “See a Little Light”.

Ela é estranha. Mas é bonita (pelo menos eu a acho bonita e é isso o que mais me importa agora). Vive colocando defeitos nas minhas namoradas, mais bonitas do que ela… Tem uma ironia fina digna dessas obras machadianas (a única comparação de ironia que tenho no momento). Costuma chamar todo mundo de “meu filho” e o único que admira isso sou eu. Parece que ninguém liga, ninguém guarda o que ela diz. Eu tomei a função de “guardador” dos momentos mágicos que ela vive perto de mim.

Ela é amiga. Me salva das tonturas e ânsias da vida moderna, literalmente. Tem uma voz que todo mundo acha chata, mas que eu bem que gosto! Tem a qualidade primordial que toda mulher deveria ter: inteligência. Pode entrar em transe hipnótica algumas vezes por certos professores de Sociologia, mas que sabe mais do que qualquer um a biologia da vida, ah, isso sabe! Sem falar na Língua Inglesa que ela jura que sabe falar…

Ela tem estilo. Ou… que menina do jeito dela vai pro shopping de calça jeans e havaianas?! Ela é simples. Ama andar de ônibus – palavras dela própria – e parece patricinha. É simples, mas totalmente complexa. Diz enjoar de alguns amores em menos de 3 meses. Balela? Me imaginando no lugar dela eu não diria nem meses, semanas já bastavam.

Falar de tudo o que ela é e de tudo o que ela costuma ser pode render infinitas linhas nesse rumo da vida. Prefiro garantir todas essas linhas organizadas em minha cabeça. A vocês deixo, pelo menos, seu exímio sorriso…

Brisa

sábado, 18 de outubro de 2008

Rascunhos de Outubro

Tô começando a prometer uma porrada de textos para esse blog, quem me acompanha sabe disso… Lembro que prometi compartilhar músicas em MP3 com vocês, lá na primeira postagem, e até hoje nada. Lembro-me que os “Métodos Marckosianos de ver a vida” deveriam ter uma continuação e até hoje “necas de pitibiriba”. Acredito também que, nesse mês mesmo, eu soltei ao vento que iria escrever um texto em homenagem a uma “grande amiga minha” e até hoje não cumpri com a proposta…

Tô parecendo político. E o pior é que eu tenho que cumprir com tudo isso até 17 de Dezembro, quando este site completa 1 ano. E faço mais promessas: mudar o template, fontes, cores e uma nova porrada de coisas que só pessoas perfeccionistas tendem a fazer.

Pensei em escrever todos os textos prometidos em um só, no caso, nesse aqui. Mas acabei de pensar melhor e resolvi desistir. Desistir mesmo. Nem sei o porquê dessa desistência, mas deve ser porque eu já insisti demais outrora em coisas que seria muito mais prudente desistir.

Tem tanta coisa acontecendo, tanto príncipe por aí querendo ser mais temido que amado, tanta menina querendo ser menino, achando que Deus fez Adão e Ivo e esquecendo (ou enaltecendo, sei lá) o poder da Eva. Tanta gente se achando a última bolacha do pacote só porque tem um namorado a tiracolo. Tanto namorado a tiracolo tirando a vida de quem poderia ter namorado com outra pessoa. Destino? Talvez!! Afinal, é tanta coisa acontecendo que nem eu mesmo entendi o que escrevi nesse último parágrafo.

Às vezes pareço com Machado de Assis. Converso comigo mesmo no texto e os leitores ficam boquiabertos jurando que eu tô falando com eles. Se eu fosse escrever um livro ele estaria lotado de capítulos curtos, porque penso nos outros, e confesso: eu mesmo odeio ler um capítulo que dura o livro todinho. Por falar em leitura… Ando lendo um belo livro chamado “A Sombra do Vento”. Recomendo!!

O incrível é que eu consegui mudar de assunto umas três vezes e você nem percebeu. Ou melhor, percebeu sim. Só que está fascinado com tamanha capacidade e perspicácia de um menino de 16 anos que escreve super bem e que não precisa de revisor de texto do Word (e que anda escrevendo em um tal Windows Live Writer, que nem com dicionário instalado vem), para perceber isso.

Soberba?! Que nada. Só um pingo de revolta com o mundo. Coisas de adolescente. Você se sente solitário, idealiza alguém perfeito, esse alguém te dá um “pedala” bonito, e você sorri. Foi exatamente o que aconteceu comigo nessa semana. Detalhe: eu só sorri porque outras pessoas me ajudaram a sorrir. A elas, o meu muito obrigado, e aos vencedores, as batatas…

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poeta do Vento

Não sei se o que faço é certo
Nem sei se é certo o que faço
Sigo meu passo
Passo meu rumo
Rumo ao escuro
Descuido destino

Esqueço do tempo, tempo de ouro
Desejo um beijo, um riso, um choro
Confundo emoções, me brilha o lamento
Sem sentimento, sou mais um sem você

Sou o poeta do vento
A base do Sol
Confesso, ciumento
Sem ter seu amor
Ou o tenho?
O que tenho?

Tomas de mim o meu vento
Me empurre contra a parede
Desgaste meu fôlego
Respire um momento
Mas acredite no que digo:
Sou o poeta do vento!!

Marcos Lima

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

The Magic Moments

Eu nem sei se eles existem de verdade. Só parei pra pensar neles depois que uma grande amiga os citou em uma aula de Literatura… Os momentos mágicos existem de verdade ou é coisa de filme de fantasia da Disney?!

Seria interessante se pensássemos que esses momentos existem, só a título de curiosidade. Seria bom entender que só existe felicidade se existir um momento único, algo proveitoso e, ao mesmo tempo, intrigante, difícil de ser compreendido. Tentemos, então.

Um momento mágico pode ser a chuva que cai e que junto leva uma lágrima que rola em seu rosto. Pode ser o primeiro beijo, a primeira namorada, o primeiro emprego… Mas nunca pode ser o primeiro tombo, a primeira bebedeira e muito menos a primeira decepção.

Para viver um momento perfeito, com fadinhas e suas varinhas de condão, é necessário parcimônia, cautela e um quê de sorte, pois nem sempre a pessoa ao lado acredita em magia harry potteriana… Eu mesmo não acredito!

Os meus momentos felizes, porém, foram, se eu parar pra pensar, momentos mágicos. Eu estava com quem eu queria, na hora em que eu queria e do jeito que eu queria. Não importa o que o cara ao lado acha, o importante é você. Afinal, a felicidade momentânea é sua ou dele?!

Portanto, filhinhos, vivam cada momento como se ele fosse mágico. Façam de você e da pessoa ao lado, parte dessa magia. E algumas vezes, só pra variar, desacreditem em tudo. E voltem a acreditar quando houver motivos suficientes para se viver e obter a tão sonhada felicidade.

Em relação à grande amiga… Em uma outra postagem eu falo um pouco do muito que ela tem em seu interior. E isso não se resume somente à sua anatomia!!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Indústria Cultural (Trabalho de Sociologia)

Desde o século passado, a alienação já era discutida de forma racional. De que maneira somos consumidos pelo consumismo?! De que forma nos tornamos alienados diante de alguns meios de comunicação?! Foi pensando nisso que Theodor Adorno (1903-1969) acabou escrevendo a obra “Dialética do Esclarecimento”, onde o termo Indústria Cultural apareceu pela primeira vez, numa referência clara aos meios de comunicação em massa.

Mas qual seria o mal dessa tal Indústria? Adorno costumava dizer que “A Indústria Cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente”. Vejamos se é possível entender. O que o filósofo alemão queria dizer era que, se deixássemos a alienação tomar conta de nós, seríamos presa fácil do sistema, viveríamos baseados nos gostos alheios, anseios de terceiros, sem a formação de um caráter ou até mesmo de uma opinião própria.

O que era temido por ele, infelizmente, acabou acontecendo. Hoje em dia, a mídia nos coloca a disposição milhares de motivos pra vivermos enganados (ou parcialmente enganados) por ela. Deste modo, a obra de Adorno torna-se super atual, discutida por muitos estudiosos da área.

Em um cinema, por exemplo. Você vai ao cinema apenas para assistir a um filme. Mas ao chegar no local combinado, você se vê obrigado, pelo sistema, a comprar pipoca, refrigerante, docinhos e quem sabe um daqueles óculos 3D pra poder assistir ao filme, também em 3D.

O principal motivo dessa disseminação da Indústria Cultural está relacionado ao crescimento inevitável do capitalismo. Na época em que “Dialética do Esclarecimento” fora escrita, o capitalismo passava por um período de fortalecimento, onde a humanidade vivia doente, baseada na lei do comércio, dinheiro acima de tudo e de todos. O nascimento dessa mazela vem dos tempos da Primeira Revolução Industrial, consolidando-se com seu segundo período. É nessa época, por exemplo, que se vê crescer o individualismo, que, segundo Adorno, seria o fruto dessa Indústria Cultural.

É importante ressaltar que, nessa Indústria, o homem não passa de mero instrumento, ou seja, objeto. É ele o alvo de tudo. Das promoções-relâmpagos aos descontos de 5% dados em uma loja. Até o seu próprio lazer torna-se um complemento ao trabalho, por isso tantas opções de bares, casas de festa, etc. Ainda no comércio, a dúvida impera: que produto escolher? O mais barato, o mais caro, o melhor? Que nada! Todos estão ali, basta pegar o mais bem embalado e mais colorido e levar. Pegue leve.

E o problema do consumismo? A Indústria Cultural cria o produto, torna-o supérfluo e acaba fazendo o objeto (homem) consumi-lo, de forma a não critica-lo, muito menos escolhê-lo. É a alienação tomando conta de uma sociedade gravemente doente e sem previsão de cura.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

São Luís do Maranhão

O que dizer de uma cidade cheia de encantos e belezas naturais, às vésperas de completar 400 anos?! O que escrever a respeito de uma cidade simples, que foi se adaptando com o tempo às várias mudanças sociais?! O que falar das lendas, das histórias populares contadas por quem tem muito mais o que contar?!

São Luís completa hoje, 8 de Setembro de 2008, 396 anos de história. Uma história de luta, adaptação e de muita beleza. Foi nessa cidade que passei (e passo) meus primeiros 16 anos de vida. Aprendi muito com ela. O bê-á-bá, os primeiros cálculos, os primeiros passeios, os primeiros amores... Não sei o que o futuro me reserva, mas de antemão garanto: São Luís fez, faz e sempre fará parte de minha vida!

Capital do Maranhão, São Luís vive hoje o reflexo de um passado carrasco, onde batalhas por posse, tomada de igrejas e diversas formas de colonização, a fizeram mais forte. Mais forte devido a sua beleza única, que nenhuma outra capital do Brasil, quiçá do mundo, tem. Vivo feliz em saber que a cidade em que vivo é Patrimônio Cultural da Humanidade.

São Luís é a única cidade do Brasil fundada por franceses, sob o comando de Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, um nobre da época. As tropas da França chegaram à cidade em 1612, e o tal nobre logo tratou de construir um forte a que nomearam São Luís, em homenagem a Luís IX, patrono da França, e ao rei francês da época, Luís XIII.

Porém, há controvérsias em relação a isso. Já que os franceses acabaram sendo expulsos por Alexandre de Moura em 1615, dando espaço aos colonizadores portugueses, que trouxeram praticamente toda a azulejaria conhecida hoje, e só construíram um forte, ao invés de uma cidade, há de se convir que os verdadeiros colonizadores da terra seriam os portugueses. Contudo, São Luís também esteve sob o controle de holandeses, o que aumenta ainda mais a discussão.

Minha cidade faz história todo santo dia, com suas festas, sua cultura popular, como o Bumba-Meu-Boi, o Cacuriá, o Tambor de Crioula, o Tambor de Mina... De um lado o clássico, beirando o bucólico, de um outro o moderno, beirando os problemas. Problemas esses que existem, mas que hoje vou me privar de falar.

A Cidade dos Azulejos, a Atenas Brasileira, a Ilha do Amor, a Ilha Bela, a Jamaica Brasileira e tantas outras denominações, todas, demonstram no significado de cada uma delas, como é bom poder sair pela cidade e ver que o passado ainda existe e que o novo também está ali, respeitando seu espaço, ao passo que é de um imenso prazer poder dizer que sou cidadão ludovicense. Falo com entusiasmo, pois sei exatamente o que é ser daqui, dessa terra, desse chão e enfrentar todos os dias as mazelas do mundo atual, olhando pra janela e vendo que tudo, se depender desse clima, desse povo, dessa receptividade, que tudo ainda tem solução.

Parabéns, São Luís. Desejo tudo de bom pra ti! Que teus governantes saibam cuidar bem de ti para que chegues aos 400 como uma bela jovem, aquela por quem primeiro me apaixonei quando vi andando por uma de tuas ruas. Que daqui a 4 anos muita coisa mude, mas mude pra melhor, e que eu seja mais feliz ainda em dizer que amo a cidade em que vivo!

E você, leitor, venha conhecer minha cidade. Garanto-te que não vai se arrepender. Daqui a 4 anos ela vai mudar mais ainda, espero. Mas 4 anos é muito tempo...

São Luís do Maranhão

sábado, 16 de agosto de 2008

A Arte de Escrever

Essa história de escrever não é pra qualquer um, mesmo. Haverá dias em que você vai estar super inspirado, vai deixar as palavras simplesmente fluírem da sua cabeça, esteja escrevendo ou digitando, e embarcar em um mundo diferente, que te prende e, ao mesmo tempo, te fascina. Porém, em certas noites modorrentas, nem sequer um verbete vai conseguir se desfazer daquele emaranhado de idéias e você vai ser mais um frustrado por não conseguir traduzir em palavras o que está sentindo naquele momento.

Calma. Não estou aqui dizendo que você jamais vai conseguir escrever ou que não é sábio o bastante para isso. Não! O que quero deixar claro é que escrever, seja pra você mesmo ou para os outros, não é tão simples quanto respirar. Existem várias maneiras de se fazer o escrever. Vamos às duas que considero principais:

A primeira é a escrita forçada, aquela das suas aulas de redação e das tardes gigantes do dia do vestibular. Ela é fácil, o problema é a pressão que o tempo exerce sobre você naquele momento. Isso sem falar nos professores mestres em redação que conseguem descobrir um erro por mais escondido que ele esteja. Tem como imaginar que aqueles caras já fizeram uma redação mal-feita alguma vez na vida?!

A outra é a escrita que mais se populariza hoje em dia, com o advento da internet. É o escrever quando bem se entende, é a escrita dos diários virtuais, dos blogs, da rede em geral. Excluindo alguns desses blogs, que seguem a tendência de uma escrita correta na net, encontramos um outro problema em relação a essa forma de exprimir idéias aparentemente fácil: a evolução evidente de uma nova linguagem, chamada por alguns de “internetês”.

O tal “internetês” virou o grande vilão dos educadores dessa geração. Em uma sociedade onde cada vez mais a criança e o adolescente passa grande parte de seu tempo livre navegando, fica evidente que esse mesmo tempo, tão precioso para todos nós, faz com que palavras ganhem inúmeras formas de abreviação, o que reflete na própria aprendizagem do aluno. Ou alguém já imaginou um desses viciados em internet sentado na cadeira da ABL, escrevendo um artigo para um desses jornais famosos?!

É por essas e outras que escrever não é a tarefa mais simples de todas. Requer, acima de tudo, prática, leitura e uma boa visão de mundo.
Ah! E é bom ter uma inspiração por perto, senão o que diriam os nossos ancestrais, inventores da escrita pré-histórica?!

No mínimo iriam te mandar desenhar a bunda da mulher melancia...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vulgar

Vulgar pode ser um ato, às vezes estranho, convenhamos
Mas quem não é vulgar?
Vulgar na omissão
Vulgar em seu íntimo
Até mesmo vulgar pra todo mundo ver

Existe o vulgar sensato, aquele banal, que ninguém liga
Tem o vulgar aparentemente normal
Que todo mundo gosta, mas todo mundo condena

Vulgar pode ser ou virar história
Pode ser comédia, drama, recital ou mesmo uma baladinha de sexta à noite

Pode ser amiga, inimiga, segunda ou domingo

Vulgar nada mais é do que ser vulgar
E ser vulgar nada mais é do que deixar de fazer parte de um mundo extremamente vulgar
E dar asas à imaginação de um mundo novo
Um mundo normal, um mundo perfeito
Só que um mundo mais vulgar ainda...

Marcos Lima

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Aproveitando a validade da vida...

Todas as pessoas têm prazo de validade. Seja por envelhecer ou por deixar de fazer parte de sua existência, pelo menos naquele instante.

Não falo de morte ou de uma viagem para o desconhecido. Vai muito além. Enjoar a cara das pessoas com que você convive diariamente faz parte desse show chamado vida. Existem aquelas que você jura que nunca vai se aborrecer e acaba por sentir um repúdio mais forte que o poder divino.

Sim. Deus também cansa de ouvir tanta reclamação ao pé do ouvido. Ou você pensou que Deus fosse tão paciente quanto o Rubinho Barrichello?! Sim. Ele é paciente, bondoso e nunca esquece de você. Mas é que, às vezes, é bom brincar de ser Deus.

Já imaginou se você pudesse ser Deus?! Traria a paz pro mundo, baseada em ideais socialistas, ou só iria ligar pra si, reafirmando a doutrina capitalista existente? Aposto que você ficaria com a primeira opção, mas faria exatamente igual à segunda.

Em relação ao prazo de validade citado no início desse texto... Eu não sei como me agüento!! Sinto que minha data de validade chega todo dia, mas eu consigo me renovar, com o auxílio de outras pessoas, daí a necessidade de se fugir da solidão. Mas será que dá pra fugir da solidão quando você vê o prazo de validade do outro vencer?!

Na realidade, essa validade é um juízo feito por nós. Amadurecemos, envelhecemos e somos, na maioria das vezes, mais respeitados por isso. Pra quê então dizer que o outro está velho, louco ou desvirtuado das idéias?! Um dia, pode acreditar, nossa validade também chegará ao fim e ficaremos maluquinhos da vida por não poder se renovar.

Ah! Isso vale também pra validade do amor. A hora, a pessoa e o lugar certo, eles vão aparecer. O negócio é não julgar-se por ser velho ou inexperiente demais. Todos começaram inexperientes e terminaram a vida experientes até demais...

Preciso parar por aqui. Pretendo dormir e começar um novo mês. De descobertas, romances, desilusões, poemas e tudo mais que Deus me reservar. Pois sem Ele, nossa validade já teria se esgotado há muito tempo...

Texto dedicado a Mariana Parga

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Geração Fanta-Uva

Resolvi fazer algo diferente dessa vez: tratar sobre o assunto dos próximos meses - a política. Não a política superficial, que quase sempre se torna negativa, mas encontrar uma maneira de se estabelecer uma política consciente, que deveria ser seu verdadeiro papel aqui no Brasil.

“Mas nós dançamos no silêncio
Choramos no carnaval
Não vemos graça nas gracinhas da TV
Morremos de rir no horário eleitoral...”

Engenheiros do Hawaii

Falar sobre política no país em que vivemos sempre foi um assunto meio complicado. Passamos por uma época de Império, onde os sonhos republicanos se faziam cada vez mais presentes no cotidiano da população. Depois disso, a República não se efetivou de fato, como todos sabemos. Veio a ditadura, a censura e a repreensão, trazendo consigo o amargo sabor da derrota democrática, que após um bom período, conseguiu se estabelecer pelo menos como forma de governo oficial.

Hoje, coexistimos em uma sociedade democrática, onde o voto é a ordem, a única voz, consciente ou não, do que a população espera para si. Porém, de uns tempos pra cá, o voto anda fazendo parte do que eu chamaria de “política capitalista”, onde candidatos a cargos públicos induzem o eleitor a votar neles em troca de uma cesta básica, de alguns trocados ou um salário mínimo. E já que a situação do eleitor não está lá essas coisas, é quase que admissível a tal compra de votos. Coisa, no mínimo, cruel.

Mas, analisando friamente o que candidatos e candidatas fazem para que sejam eleitos, vemos que está mais do que na hora de pôr a mão na consciência e evitar o mal pela raiz. Ou seja, impedir que candidatos desse porte induzam a população ao interesse deslavado pelo dinheiro e que, ao invés disso, façam com que a população ganhe um trocado de uma forma honesta e deixe de pagar tanto tributo.

Nós, jovens, merecemos um país melhor, livre de tanta corrupção, de tanta palhaçada e bandidagem. Queremos acreditar em pelo menos alguma coisa que vocês candidatos falam. É impossível ser fantoche em uma sociedade onde a cada minuto pessoas morrem de forma medíocre, às vezes por causa de 50 centavos, às vezes por causa de erros de pessoas que dizem fazer nossa segurança ou por causa da falta de oportunidade.

Queremos liberdade, igualdade e fraternidade. Sempre quisemos, mas ninguém nunca nos ouviu. Calaram nossa voz, elegeram governantes despreparados e nos impediram de gritar no mais alto de nossa voz: CHEGA!!

Neste 5 de Outubro, vote consciente e, acima de tudo, com a esperança de que tudo isso pode mudar.

Mas o que esperar de um país onde jovens são presos na bebedeira, se vestem de preto e vivem em micaretas?! Puro devaneio...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Coisa Nossa

Confesso que estava sem um tema pra escrever. Acho que isso se deve ao fato de a inspiração ter ido passear um pouco e me deixado tomando conta da minha vida. E que vida!! Nesses últimos dias, aproveitei um pouco do meu descanso, que os outros chamam de férias, pra encontrar meus amigos, relembrar minha infância, reconfigurar meu outro blog, dentre outras coisas que acompanham, de brinde, os pronomes possessivos.

Vi um simples garoto se tornar um brilhante artista, perante um público de mais ou menos 2 mil pessoas; presenciei a volta triunfal de um amigo do mundo obscuro da solidão; comemorei o aniversário de uma menina-mulher; vibrei o nascimento de uma vida nova; ouvi histórias cabeludas de um casal por aí; conheci uma pessoa que eu sei que vou acabar magoando; ouvi e vi coisas de gosto duvidoso; renovei o layout/template de uma página na internet; assisti na TV algo que me fez pensar o quão perigoso pode ser o mundo da internet; conheci, de fato, lugares que eu já conhecia; prometi coisas a mim mesmo; joguei GTA; passei de fase; disse coisas de gosto duvidoso; andei de dia; passeei de carro à noite; ri; fiz ironia; pensei; briguei (brigas de sempre, que com um beijo ou abraço se resolvem logo)...

Enfim. Nada de tão sobrenatural...

Agora que você já sabe o que eu andei fazendo, por que não deixa um comentário e me fala o que achou de eu elencar as coisas que fiz durante uma das melhores semanas de minha vida?!

Sinceridade... Só faltou você!!

"O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos."

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Você está em alguma dessas esquinas.

Impressionante a capacidade que pessoas aleatórias têm - de ser "a melhor pessoa de todos os tempos". Todo dia, andando pela rua, eu me deparo com uma pessoa que eu nunca vi na vida e penso: "eu preciso conhecer essa guria", "ela é a melhor pessoa do mundo". E vale salientar que eu não me prendo apenas à beleza física, ou na escolha das roupas, nem mesmo naquele mais-puro-charme, quando penso nisso. É uma questão de vibrações. E eu falo de "vibrações" no sentido menos hippie da palavra. É como se vibrássemos em freqüências semelhantes. É como se eu mandasse sinais, códigos, para todos os lados, e esses códigos coincidissem com os dela.

Se ela é mal-educada, não sei. Burra? Não sei! Tem mau hálito? Como saber, se eu nem conversei com ela? "E por quê eu não cheguei e falei?" - me pergunto, em "Depois de Voltar". A resposta me vem à cabeça antes mesmo de colocar a interrogação no final do verso. É que eu não poderia suportar o fato de saber que essa pessoa não é a melhor pessoa do mundo. Eu não gostaria nem um pouco de saber que trata-se de uma pessoa comum, cheia de defeitos e características que eu possa vir a detestar. Eu não quero que ela seja desse mundo.

Então eu prefiro me agarrar a esses poucos minutos em que eu fico imagino. Eu penso que aquele olhar meio perdido, que lembra muito o meu, não é uma coincidência. Eu penso que ela só não me viu porque, assim como eu, está com a cabeça nas nuvens e, de lá, manda sinais, também para todos os lados. E é assim que eu me apaixono, meus caros, mesmo que seja por um punhado de minutos. Todo dia é assim.

No entanto, se existe alguma coisa que me motiva a sempre sair na rua e mandar esses sinais sem destinatário, é o fato de eu acreditar nas coincidências absurdas que se escondem por detrás de todas essas esquinas. De alguma forma, lá no fundo, eu sei que vou tropeçar em ti, mais cedo ou mais tarde. Sei que não vai haver distração capaz de tirar o teu olhar do caminho do meu. Algo vai acontecer, e os nossos sinais vão se coincidir, vamos colidir de forma tão violenta que a nossa vibração vai ser uma só. Vamos ressonar, pra todo mundo ouvir e voltar a acreditar que as "melhores pessoas do mundo", de fato, existem. Aí eu virei aqui pra contar que o destino realmente existe, e que muitas das nossas melhores histórias são escritas a quatro mãos, de olhos fechados, e sem revisão ortográfica.

Quando eu digo que o futuro é agora, quero dizer que o final dessa história depende do começo, da primeira linha, da primeira palavra. É por isso que eu pego a caneta pra escrever os meus dias nas calçadas, nas marquises, vitrines e paredes. É por isso que eu vou vagar sem rumo, sem mapa, por essas ruas, seja de Porto Alegre, ou de qualquer outro lugar do universo. É porque eu tenho certeza de que, um dia, eu vou tropeçar em ti, mesmo que tu ainda não exista. Mesmo que tu sejas uma utopia, uma ilusão que eu criei na minha cabeça. Mesmo que tu não passes de uma paixão-de-5-minutos. Mesmo que, para isso, eu tenha que esquecer como é que se volta pra casa.

Lucαs Césαr Limα Silveirα, dα bαndα Fresno

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Amor?!

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!
William Shakespeare

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Poesia

O que aconteceria se o poeta e a inspiração se encontrassem um dia?! Não falo de um encontro casual, aquele que quase sempre se vê por aí. Falo de um encontro físico, algo diferente, um podendo tocar o outro. Um abraço – sincero - regado a uma música de fundo, daquelas bem românticas, estilo Elton John...

Primeiro, imagino eu, o poeta iria ficar encantado com o fascinante olhar da inspiração e iria querer logo rabiscar um ou dois versos mundo afora. Ela, tímida, talvez quisesse sumir por alguns instantes a fim de ver qual seria a reação do poeta, que acabaria de perder seu maior trunfo. Mas ela não o faz, prefere ser contemplada, como nunca fora antes.

O poeta escreve, se declara, jura, e ela, desiste. Aquilo é entediante, chato. O poeta fala demais... A inspiração vai embora, como a mais simples das chamas apagadas. O poeta sofre. Ele tenta, pensa e nada! Ele a vê em seus sonhos mais soturnos, e no final, depois de voar como uma fada, ela vai embora.

Seria ela loira ou morena?! Inteligente, carinhosa... Ou fria, inconstante?! Ele passa a prever o futuro, como se fosse a única coisa a fazer. Começa a procurar inspiração em outras formas - complicadas, frívolas, sombrias! Nada igual àquela vista naquele dia. Ela é única, como tudo de bom nesse mundo... Até que ele pára de procurá-la...

A inspiração, em seu mundinho, se sente só. Ou não. Ela sabe que precisa de um poeta, apesar de não saber ao certo o que aquele poeta quer. Será que ela deve dar uma chance?! Ela tenta procurá-lo. Encontra alguns metidos a poeta pelo caminho, que não servem nem pra dizer que horas são. É hora de agir!

O poeta muda. Passa a viver em um mundo totalmente diferente, cercado de gente nova, e até de inspirações diferentes, porém nunca com o brilho exato que só aquela do abraço apertado tem. O problema é que o poeta nunca esqueceu, nem esquecerá, aquela menina chamada inspiração. Ele até tenta, mas quem disse que consegue. Mentira do poeta quando fala que não precisa da inspiração.

Os dois brincam juntos. Ele volta a escrever, ela volta a ser contemplada. Ela vive a sua vida como se nunca tivesse o conhecido, com um mínimo detalhe: ele agora é parte dela. Ele tem medo do fim; ela pensa no recomeço. Os dois são opostos que se encaixam, pelo menos é isso o que ele acha, pois é cada vez mais difícil saber o que ela pensa. E o que surgiu de tudo isso...?

Poesia...

sábado, 14 de junho de 2008

Delírios Confusos de Amor

Desejo sombrio
Esgotado com a falta do ser
Libidinoso e perfeito
Ímpeto cravado em pleno amanhecer
Resgato o desejo
Inóspito, seco, sombrio
Ocioso e levemente doce
Sinto o seu frio

Certeza paixão
Olho em teus olhos ferinos
No auge do sentimento cruel
Fugas, lances, destinos
Uso de toda minha garra
Sofro com todas as forças
Objeto imaginário
Sinto-te em todas as moças

Desejo, delírio
Estás em meu ser

Anjo com asas perversas
Maldito lugar e momento
Obrigando meu corpo à recusa
Rejeito meu próprio sentimento: amor

Marcos Lima

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ter ou não ter namorado, eis a questão.

Atribuído a Carlos Drummond de Andrade,
mas é de Artur da Távola.

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.

Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200 kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.

Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Métodos Marckosianos de Ver a Vida (1)

Algumas pessoas costumam me chamar de grosso, chato ou até de estúpido. Muitos falam pelas minhas costas e a grande maioria, ainda bem, pela minha frente. Acho que essa avaliação alheia parte de algumas atitudes que eu costumo tomar na escola, no shopping, no meio da rua ou até mesmo dentro de casa. Minha mãe, por exemplo, vive dizendo que vai ser difícil eu arrumar uma mulher que me agüente – e que eu não enjoe...

Meus verdadeiros amigos, como Dave falou uma vez, só são meus verdadeiros amigos porque conseguiram a proeza de me agüentar, de ouvir tanta bobagem, de ver tanta cara amarrada e mesmo assim continuaram firmes e fortes esperando a deixa pra me fazer esboçar um sorriso que valesse a pena. Agradeço a Deus de tê-los por perto.

Existem também os colegas, que esperam ser um dia – quem sabe – meus verdadeiros amigos. Mas eles esquecem de um detalhe: estar comigo aonde quer que eu vá e não se importar com a minha vida. Reparou como eu sou chato?! Eu quero todo mundo por perto, mas não quero ninguém tão perto assim...

Aí você me pergunta: e suas relações romântico-amorosas?! E eu te respondo, pequeno Jedi: nunca existiram!! E se existiram, foi por pouco menos de um mês, com uma garota que jurou me amar, mas que no final acabou indo embora!! Como os seres Marckosianos sofrem...

Eu tenho a incrível capacidade de enxergar o aparente brilho perdido das pessoas. Tenho medo de que isso não tenha cura e que as profecias de minha mãezinha se concretizem. Que menina vai querer namorar um cara tão complicado quanto uma função trigonométrica do professor Paulo Abreu?! Muitas... O problema vai ser esse carinha complicado não complicar tudo e não fazer com que elas enxerguem essa complicação. Confuso, não?!

Acho que tenho sangue alemão, como falou meu professor de Geografia, Martônio. Ele disse que um alemão não tem aquela receptividade de um brasileiro, quando alguém chega a sua casa tamanha 9 horas da noite. Tem que ter hora marcada. E de hora marcada – não nesse sentido – disso eu não abro mão!!

Mas existe aquilo que eu chamo de “Métodos Marckosianos de Ver a Vida”. Qualquer semelhança com as “Leis de Murph” não é mera coincidência. Veja como é simples encarar sua vidinha de acordo com a visão de um Marckosiano:

Marckosiano: s.m. Indivíduo super complicado, que sonha com um futuro perfeito, mas que não vive em um presente tão perfeito assim. Adora estar ao lado de alguém, desde que não por muito tempo. Tem poucos amigos, que admira como se fossem irmãos. Mais de sua personalidade nas próximas postagens...

[CONTINUA...]

terça-feira, 27 de maio de 2008

O Inevitável Aumento de Tudo

Quem nunca se deparou com um reajuste repentino, seja do gás, pãozinho francês ou da tarifa de ônibus? Atualmente, vivemos essa situação quase que diariamente, seja por culpa do governo – preocupado em lucrar com os impostos cada vez maiores – ou até mesmo por conta de uma aparente “crise mundial dos alimentos”. Mas o que realmente nos interessa não são as causas desses aumentos sucessivos, e sim as suas conseqüências, como o velho problema dos preços subirem quase que simultaneamente ao aumento do salário.

Desde que me entendo por gente, ouço falar que nos tempos anteriores tudo era muito melhor. Você poderia sair tranqüilo sem se preocupar com assaltos, seqüestros e afins; poderia contar dinheiro pela rua, que nenhum vagabundo iria puxar sua carteira; e que praticamente tudo era vendido a preço de banana. Hoje em dia, se algo é vendido a preço de banana, não sai por menos de 3 reais. E de quem é a culpa? Da modernidade, que trouxe um custo elevado para o universo consumidor, ou dos governos modernos capitalistas, que sempre vão se preocupar com o lucro, com a mídia e o poder de ostentação de sua política?!

Mas já falei: nada de discutir as causas dessa “crise”. Só estamos perdendo tempo, o tempo em que poderíamos estar buscando uma solução para esse problema. O impostômetro está aí, calculando o quanto de tributo nós pagamos por dia, hora e até segundos... Talvez o único alerta, até agora, sobre a real situação do Brasil, que carrega o fardo de país com a maior carga tributária do mundo.

Pra onde vai tanto dinheiro, se o que realmente precisamos é precário, como a saúde pública, o saneamento básico e a segurança?! Será que podemos acreditar que daqui a dois ou três anos tudo será diferente ou a tendência é só piorar?! Dúvidas e mais dúvidas...

Aqui em São Luís do Maranhão estamos prestes a presenciar mais um reajuste. Como se não bastasse o aumento do trigo, do pão e do arroz, teremos de encarar muito em breve o aumento das passagens de ônibus, tudo porque os funcionários das empresas de transporte querem o aumento digno de seus salários, bem como os auxílios fundamentais (vale-transporte, plano de saúde e seguro de vida). Nada contra a categoria, mas onde está o dinheiro do IPTU, do ICMS e IPVA, que pagamos sempre em dia para os nossos governantes? Aí sim revolta quando nos vemos sem ônibus de meia-noite às 10 da manhã.

O pobre paga o pato, enquanto o rico sai com seu jaguar pelas ruas afora. O pobre é burro, enquanto as peruas, mulheres de ricos, dão chilique em lojas caríssimas da cidade. Dizem que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco!! Será?! Enquanto isso, a “sociedade animal” continua evoluindo a la teoria de Darwin...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Falsos Poetas

Os falsos poetas
Seres estúpidos
Nos ganham o mundo
Querendo alegrar.

Se fazem de santos
São todos imundos
E vivem a pecar,
São falsos poetas
Meninas bonecas
Meninos de ar.

Pessoas sem voz
Começam a falar
Contando mentiras
Vou acreditar
Aos falsos poetas
Prefiro calar.

Marcos Lima

sábado, 10 de maio de 2008

Mãe

Que palavra singela. Três letras que representam o único e inexplicável motivo de estarmos nesse mundo. É com ela que todo ser humano aprende o que é certo e o que é errado e descobre desde cedo um outro elemento fundamental na teoria da vida: a família! Aquela que constitui a base de tudo, do ato mais primitivo ao mais evoluído, da mais pura certeza a mais concreta incerteza, do seu primeiro passo ao seu último problema. Vivencie-a!

A mãe entra como uma espécie de guia insubstituível nas primeiras fases de nossa vida. Um guia tão importante que a qualquer passo em falso, qualquer medo, é por ela que chamamos. E lá vem nossa mãezona, preocupada com seus filhos, trazendo um pouco de carinho, amor, atenção e, principalmente, segurança, uma segurança que governo nenhum é capaz de nos dar. Por isso, escute-a!

Nossa mãe tem um sexto sentido magnífico. Sabe de tudo e mais um pouco (às vezes mais até do que nós mesmos). Como da vez que estávamos tristes e ela, além de desvendar o motivo de nossa tristeza, ainda soube como nos alegrar. Como da vez que fizemos besteira e ela foi a única a nos entender. Ou como da vez que mentimos e não soubemos esconder a cara de sem-vergonha que encobria nossa verdadeira imagem - aquela esculpida por ela. Portanto, entenda-a!

A mãe, mamãe, mãezinha ou qualquer outra forma carinhosa de chamar nossa origem real, só quer o nosso bem. Por isso, exatamente por causa disso, devemos perdoar as palmadas, surras e afins que nossa protetora insistia em dar toda vez que fazíamos algo errado. Talvez assim, quando levarmos as palmadas que mais doem – as da vida -, possamos ter com quem contar... Proteja-a!

Não importa a idade. Mãe é mãe. E nada de colocar a eterna menina que um dia brincou de bonecas, sonhou em ser mãe ou simplesmente não planejou nada disso pra ela, em um asilo, sendo obrigada a viver o resto de seus dias trancada, sem ver a realidade, sem nos ver... Devemos lutar por seus direitos na fila do INSS, do SUS ou em qualquer fila da vida, pois nossa mãe, um dia, foi capaz de dar a sua vida pra colocar no mundo mais um pupilo para quem ela devia ensinamentos importantes.

Porém, nós, os filhos, nem sempre nos damos conta do quão importante é o papel da mãe, seja a sua ou a de qualquer outra pessoa. Agimos de forma errada, confesso, mas o remorso de um verdadeiro filho é maior que qualquer desavença que possamos vir a ter com a verdadeira mãe. Somos eternamente gratos ao amor que essa mulher nos deu, do dia de nosso nascimento até hoje!! E não se sinta mal se a sua mãezinha não estiver perto de você – por qualquer motivo. Saiba que, de onde ela estiver, vai estar lhe protegendo e garantindo a sua segurança, com, como diz um comercial de TV por aí, uma dedicação total a você!! Ame-a!

- Texto dedicado a minha mãezona Maria Serrate!! Te amo, Dona Maria!!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Ócio

O ócio que me consome
O poder do telefone
O vazio
Ah! Vazio...
Execrável, profunda dor.

Maldito computador.

Preconceito mundano
Imundo mundo urbano
De facetas falsas
E falsos poetas
Certezas incertas
Que não hão de cessar.

Maldito celular.

Pelo causo, pelo conto
Pelo rumo que não há de parar
E eu que me pergunto
E o ócio constante
Começa a me pertubar.

Sinto o prazer relaxante
Uma vontade errante
De ser ou estar.

Amigos queridos
Parentes por perto
Amores perdidos
E algo que é certo:
O ócio a me pertubar.
Marcos Lima

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Se se morre de amor

Se se morre de amor! - Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!

Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d'amor arrebentar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores,murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa almafontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!

Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Temer qu'olhos profanos nos devassem
O templo onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis d'lusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!


Gonçalves Dias

sexta-feira, 4 de abril de 2008

E será que a mentira virou verdade?!

Caros colegas blogueiros. O mês em que nos encontramos traz consigo uma carga diria um tanto quanto mentirosa, pelo menos para nós brasileiros. Abril, logo de cara, recebeu um dia pra se denominar de dia da MENTIRA!! Nesses 86400 segundos, tudo quanto é brincadeira boba aparece. Fulano que matou cicrano, beltrano que levou 5 facadas enquanto esperava o ônibus, alguém que está te chamando na outra sala ou até mesmo uma ligação urgente na hora de sua aula importantíssima de Trigonometria pra te dizer a seguinte frase:

- Dia da Mentira!! Te peguei...

Não, não me pegou não. Acredito que já estamos tão acostumados com a idéia da mentira em nosso país que nem nos surpreendemos mais com as contadas por aí. Parece que o brasileiro se acostumou com as mentiras. As mentiras do mês de Abril. Vamos a elas:

07 de Abril: Muitos não sabem, mas nesse dia é comemorado o Dia Mundial da Saúde. Tudo bem que data comemorativa no Brasil parece comunidade no orkut: tem pra tudo. Mas a questão não é essa. Pra quê uma data especial pra saúde se no Brasil quase não se vê um serviço médico de qualidade?! O pior é agüentar as promessas do governo, quando nem mesmo pra combater um mosquito eles (os políticos) têm capacidade...

19 de Abril: Foi-se o tempo em que o indígena era respeitado em nosso país. Na época do tal descobrimento (já falo sobre isso), existiam milhares de índios espalhados pelo nosso imenso território. Hoje, apenas algumas tribos sobraram pra contar história. O resto foi dizimado graças à ganância incontestável do europeu. O que ficou foi um dia pra lembrar o que existiu há um tempo atrás. O resto é conversa pra boi dormir!! “Nos deram espelhos, vimos um mundo doente, tentei chorar, mas não consegui...”

21 de Abril: Aprende-se lá na 4ª série, se não me engano, que Joaquim José da Silva Xavier foi o grande herói brasileiro, que lutou até o fim pela Independência do Brasil. Quem te garante isso, meu filho?! O tal Tiradentes era um pobre coitado, quase mendigo, que arrancava dentes dos mineiros mais ricos pra garantir seu sustento. Fora chamado pelos ditos inconfidentes para fazer parte do movimento por possuir dívidas com a metrópole e estar descontente com a cobrança de um imposto, denominado Derrama. Graças à traição de um outro Joaquim, o Silvério dos Reis, como todo mundo sabe, Tiradentes foi condenado à forca, tendo partes de seu corpo expostas em praças de Vila Rica. O que a maioria dos livros não conta é que Tiradentes se entregou, com a idéia de que, caso se entregasse, teria a pena reduzida. Pra você ver como o pobre, desde essa época, não tinha nem voz nem vez...

22 de Abril: A maior das mentiras abrilísticas. É como contar que o coelhinho mora na Ilha de Páscoa e o Papai Noel no Pólo Norte. Diz a lenda que Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil, mais precisamente em Porto Seguro na Bahia, na tarde de 22 de Abril de 1500, descobrindo assim uma nova terra, uma nova colônia portuguesa. E os índios?! Eram fantasmas, que só passaram a existir após o olhar severo de um São Tomé português? Eram invisíveis, que só passaram a ser reconhecidos quando o escrivão botou os pés em solo brasileiro? E Colombo, será que só descobriu o Caribe ou já havia passado por aqui antes?! Dúvidas e mais dúvidas... Pergunte ao Lula, ele provavelmente não vai saber de nada!!

"Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade."
Joseph Goebbels, ministro da propaganda do partido nazista

LUTO PELA MORTE BRUTAL DA MENINA ISABELLA NARDONI

sábado, 22 de março de 2008

Papai, o que é Páscoa?

- Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é... Bem... É uma festa religiosa!
- Igual Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois.
- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na sexta-feira santa... Ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- É, boa pergunta.
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!!!

Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 19 de março de 2008

Velha Infância

Defina em apenas uma palavra a sua infância.

Não, isso aqui não é um teste psicológico, muito menos uma dessas provas de concurso público por aí. O verdadeiro sentido desse questionamento é fazer você lembrar do quão maravilhoso foi o seu período de criança, ou da quão horrenda foi a sua meninice. Seja qual for a sua resposta, esteja certo de uma coisa: não existe melhor momento na vida do que a infância. E digo por que.

É nessa época que você aprende as coisas mais importantes e úteis possíveis, que vão lhe seguir pelo resto da vida, desde um simples ato de somar até o valor imprescindível que seus pais têm. A infância guarda os eternos momentos, que insistem em nunca mais acontecer, seja pelo seu desenvolvimento de corpo e mente ou pelas oportunidades que insistem em não se repetir.

É na puerícia que os seus pais demonstram as mais grandiosas provas de amor a você, com um detalhe que não existe na juventude: você retribui. Nesse momento, também, você é agraciado com bonecas Barbie, carrinhos de controle remoto, super-heróis gigantes e os infinitos brinquedos da Mattel ou da Estrela. Agora venha me dizer que brincar a tarde inteira é chato!! Chato mesmo é fazer infinitas equações de 1º grau ou trabalhar em uma empresa onde o chefe mais reclama do que dá ordens...

É na infância que se vê a verdadeira graça da vida. Você desmente seus pais, conta verdades onde deveriam se incluir mentiras, quebra objetos comprados na loja mais cara do shopping, ri dos outros sem menor preocupação com o que eles vão pensar, cai, se levanta e continua a andar sem queixar-se de dores nos quartos, salas e cozinhas... Ganha um beijo da menina mais bonita do bairro, risca as paredes da casa, sem falar nos infinitos lugares que você conhece de carro ou ônibus com aquele seu tio gordo que sempre pára nas lanchonetes da cidade.

Mas a beleza da infância não está resumida só a isso. Tal beleza é inexplicável, porém inegável. Só quem lembra com lisonja dessa época, pode contar os pontos positivos. Os negativos ficam a cargo dos que lembram desse período com um gosto amargo na boca, mas que adorariam voltar no tempo pra corrigir um ou dois erros que ficaram pendurados.

“Ser criança é poder fazer as coisas mais perigosas (e sublimes) sem se preocupar com as conseqüências. Cair de um pula-pula, tropeçar quando se brinca de pega-pega, sonhar com o impossível, levar uma surra por ter colocado chiclete no vídeo-cassete... Nada é tão esplendoroso quanto a nossa infância. Depois, o máximo que iremos conseguir é cair do décimo quarto andar por desgosto da vida, tropeçar na frente de seu chefe no dia de sua admissão, sonhar com o impossível e desistir depois ou levar uma surra de um ladrão de merda que gostou de seu rolex... As circunstâncias são as mesmas, o que muda é a vida!!”
Marcos Lima

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mudança de Hábitos

Digamos que você está na rota daquele encontro com a garota mais maravilhosa que já apareceu em sua vida, ou para vocês meninas, aquele carinha mais sensacional de todo o país, pra ser um pouquinho exagerado. E digamos ainda que, no meio do caminho, você encontre aquele amigo dos tempos da 4ª série daquela escolinha do bairro onde você deve ter aprendido fração e mmc. Esse tal amigo - que provavelmente se chama Francisco, Júnior ou João - lhe convida pra tomar um sorvete e colocar o papo em dia. Você aceita ou vai ao encontro da pessoa que você julga ser a mais importante naquele momento?

Chato, não? Por incrível que pareça estamos começando a nos acostumar com esse tipo de coisa: trocar o certo pelo duvidoso (ou o duvidoso pelo correto). Por estarmos cada vez mais presos ao tempo, achamos que é inviável sair com o amigo porque não vai “dar tempo” de ir ao jogo de futebol, assistir àquele programa na TV ou sair com o(a) namorado(a). E, por conseguinte (olha eu falando difícil), acabamos mudando de hábitos, nos mantendo submissos a máquinas, como o relógio ou o computador.

Mudar os hábitos não significa só arranjar um emprego novo, ir estudar longe da sua casa ou passear com seu cachorro todo dia de manhã. Não!!
Mudar é modificar-se a qualquer instante, mesmo que a causa dessa mudança esteja lhe fazendo bem. Mudar é buscar um horizonte melhor, mesmo que as conseqüências não sejam as mais proveitosas possíveis.

É claro que não se muda da noite para o dia. Quem conseguiu esquecer a paixão adolescente dois dias depois de ela ter lhe dado um fora? Quem foi o maluco que, com um dia após a tragédia com o avião da TAM em São Paulo, esqueceu o episódio? Qual dos homens já colocou a toalha molhada no varal horas depois de a esposa ter reclamado?

A gente se acostuma, é claro. Mas aí entra a questão do tempo. Aquela “entidade” que nos causa tantos problemas com o seu poder de passagem quase que instantâneo é a mesma que nos faz modificar nossa maneira de pensar e agir perante o mundo.

Transformar-se está no seio do homem. De acordo com a Revista Super Interessante (Ed. 248, JAN 2008), você pode mudar seu jeito de ser a qualquer momento. A personalidade que você tem varia de pessoa para pessoa: algumas lhe acham super gente fina, enquanto outras querem mais é te mandar para o raio que o parta. O que não é saudável é mudar para tentar agradar essa parcela que te odeia. A não ser que isso vá te trazer algum retorno...

O ser humano tem jeito. Ele pode voltar a ser criança, praticar o charlatanismo ou até inferir algumas meias-verdades. Mas um dia ele muda. Pode acreditar!!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Tempo Perdido?

Confesso aos senhores que andei sumido durante um tempo, porém, não deixei de existir. Minhas idéias, experiências e virtudes só cresceram depois desse tal carnaval.

Troquei de escola, escolhi novos amigos (escolhas, não arranjos, nem achados... simples escolhas), prezei meus eternos amores – amigos ou não -, ouvi novas coisas, li novas coisas, errei, brinquei, me aventurei. Tudo com o corpo de um adolescente, mas com a alma de uma criança. Sim, caros amigos. O tempo também é uma criança, que cai, se machuca, mas logo volta a brincar. E se machuca de novo, até entender que tudo aquilo realmente valeu a pena, por mais estranho que parecesse.

Senti que precisava mudar. Mudei.
Senti que precisava buscar. Busquei.
Senti que precisava falar. Falei.
Senti que precisava estar. Estive.
Senti que precisava brigar. Briguei.
Senti que não precisava fazer nada disso. Silenciei-me.

Sumir e reaparecer depois, totalmente transformado, não é das tarefas a mais simples. Você nunca consegue por completo, sente que falta alguma coisa, e nem mesmo sabe o que é. Porém, como é o meu caso, existem aqueles que dizem que mudaram, afirmam a todos que vêem que mudaram, deixaram aquele sentimento de ódio e/ou amor de lado e agora estão cultivando uma seita budista que prega a paz infinita. Puro papo de charlatão.

Afinal, o que é o ser humano se não um charlatão?! Seria eu um charlatão? Seria você um praticante nato do charlatanismo? Ninguém é santo nessa terra de cegos. Ninguém é rei nessa terra de ninguém. Precisamos ouvir a verdade, a mentira e a meia-verdade. Existiria a meia verdade?! Ou ela não passa de uma meia-mentira?!

Bela maneira de começar uma nova era, você não acha?! Mas que maneira seria essa? Nem mesmo eu sei...

P.S.: Não perca as próximas postagens!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Falta

Ninguém disse que ia ser fácil
Levantar e cair todo dia
Magoado com a própria agonia
Sonhando com tudo do nada que não poderia existir

Ninguém disse que ia ser fácil
Acreditar na mais doce ilusão
Na mais perfeita reação
Algo alegre com um brilho qualquer

Escolhi ser feliz por alternativa
Me vi como alguém a deriva
Esperando o momento certo de agir
Um cientista que inventa doenças
E a crença na cura que não há de surgir

Sou apenas um outro qualquer
Mas com sonhos e medos
Como qualquer outro ser

Sou esperto o suficiente pra saber que a vida
Não avisa quando vai embora
Prioriza sua própria aurora
E se desmancha ao anoitecer

Esqueço que sou um simples humano
E que apesar de tudo
Ainda não tenho você...

Marcos Lima

sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Magia do Carnaval

Eu juro que não queria falar de carnaval logo no meu primeiro post de Fevereiro. Tem tanto assunto importante pra se discutir: a morte do Beto Carrero, a volta mais do que triunfal da febre amarela, a busca incessante de Lula por um candidato às eleições de 2010, a volta às aulas... Enfim, “n” coisas que renderiam um belo texto, e, conseqüentemente, sublimes comentários. Mas preferi não fazer assim. É melhor seguir a deixa e falar um pouco sobre o que eu acho dessa festa móvel.

Realmente, é móvel até demais!! Tanta bunda remexendo na avenida, tanto bêbado andando de um lado para o outro nos blocos da vida, tanto “mexe remexe” no controle remoto nas madrugadas dos dias de folia. Confesso que me dá até medo...

Mas eu paro e penso. O brasileiro precisa destes 5 dias de comemoração e animação (isso sem falar que ainda existem as tais “prévias carnavalescas” e os famigerados “carnavais fora de época”) pra aliviar-se do dissabor das contas de Natal e Ano Novo. O pobre coitado trabalha tanto, ganha pouco e ainda tem que comprar sapato Prada, tênis da Nike, calça da Gang, bolsa da Louis Vuitton, perfume da Dolce e Gabbana... Haja tanta marca pra tão pouco vil metal!!

Mas e o jovem? Ele não trabalha, não ganha porcaria nenhuma, e por que se mete no meio de tanta gente e vai pular ao som de Chiclete com Banana, Asa de Águia e o diabo a quatro?! Simples, meu caro. Já que o velho (ou a velha) tá bancando o abadá, nada mais justo do que ir se divertir e ficar a noite inteira dançando feito um louco atrás de um trio elétrico. E o papai (ou a mamãe), o que acham disso?! Dizem que é perfeitamente normal e aceitável. Eles (os pais) trabalharam tanto, que não tiveram tempo de se divertir. É melhor que os filhos brinquem e corram o risco de serem esfaqueados, assassinados, estuprados ou que engravidem (no caso das meninas) do que ficar em casa assistindo tudo por uma tela de 14 polegadas...

Talvez seja essa a razão principal pra existirem tantos foliões espalhados por aí... O desagrado com as mortes de todo dia, o medo de contrair doenças que não se sabe se existe cura ou não, a desconfiança em relação ao governo – que se preocupa demais com assuntos fúteis e esquece o principal –, e o aperreio em pagar todas as contas que surgem logo no início do ano, inclusive essas do carnaval, fazem com que o cidadão procure um refúgio pra esquecer de tudo... E é justamente para isso que existe a Quarta Feira de Cinzas. Contabilizam-se os gastos (leia-se cinzas), iniciam-se as verdadeiras preocupações (cinzas...) e esquece-se de que daqui a 40 dias teremos a Páscoa, outra data extremamente comercial, mas que, assim como o Natal, não deveria ser vista assim...

Bom carnaval, pessoal...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Como Te Amo?

*Tava assistindo o Snoopy na Record e encontrei a Sally recitando esse poema...

Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.

Elizabeth Barrett Browning

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Amores Imperfeitos

Você já parou pra pensar quantos foram os seus amores platônicos? Aqueles amores, que podiam até não ser paixões arrebatadoras, mas que, na sua mente, tinham tudo pra dar certo. Aquelas pessoas que por mais que lhe xingassem, não lhe dessem bola, discutissem com você, tava tudo perfeito e sua paixão só crescia...

“És parte ainda do que me faz forte e, pra ser honesto só um pouquinho infeliz...”

Depositar amor em alguém é normal de todo ser humano. O que eu não consigo entender é por que existem esses tais amores platônicos. Pra quê gostar de alguém que não está nem aí para o que você pensa, fala ou sente? Só pode ser brincadeira do coração!!

O termo “amor platônico” foi utilizado pela primeira vez no século XV, pelo filósofo florentino Marsílio Ficino, como sendo sinônimo à expressão “amor socrático”. Na Grécia Antiga, Platão, discípulo de Sócrates, acreditava que a verdadeira afeição era livre de estereótipos, e o que valia mesmo era a virtude que cada um carregava. Ambas as definições expressam um amor centrado no caráter, na inteligência, e não nos atributos físicos, que despertam um desejo sexual.

É esta a definição que temos hoje para o amor platônico. Uma paixão imaginária, sem pretensões sexuais ou carnais, baseada em um sentimento puro, e que, quase sempre, não dá em nada.

Digamos que de sentimento imaginário eu entendo bem, mas quem não entende? A maioria dos adolescentes (ou jovens adultos) tem ou já teve uma pessoa por quem era capaz de fazer qualquer coisa. É incrível; ela parece perfeita, tem todos os atributos necessários para que viva a eternidade ao seu lado, é inteligente, “cultua bons livros”, te ensina as mais diversas lições, sem falar que é a mais bonita dentre as mais bonitas.

Mas você não pode tê-la. Talvez ela tenha namorado(a), talvez não goste de seu estilo de se vestir (o que faz você usar as roupas mais esdrúxulas possíveis), talvez te ache idiota, chato(a), ou talvez nem saiba que você tem uma paixão platônica por ela. Nesse momento, na hora da dúvida, todos os sonhos aparecem pintados de violeta na sua cabecinha. Você começa a procurá-la em si próprio. E sempre fica desolado quando não a encontra. Parece que o mundo vai desabar em poucos instantes. E você vai morrer sem pedir um abraço, um beijo ou um aperto de mão...

“Mas tudo bem, tudo bem...” Se um dia esse sentimento surgiu, por que não pode desaparecer agora?!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Noite

Eu quero a noite.
Surgir e deitar
Repousar no teu vento
Imaginar o teu alento
Fazer de mim o que eu não tive coragem.
Ser o que eu não tive coragem.
Perceber o que não tive coragem.
Viver o que não tive coragem.

Eu quero a noite.
Por imaginar seu conforto
Tranqüilo e aparentemente morto
Mas mais acolhedor que um sombrio sopro
Quero deitar.
E em ti, somente em ti.
Imaginar a beleza da noite.
Ardente e sublime beleza da noite.
Calma e emocionante beleza da noite.
Fazer do escuro o mais claro possível.
De se enxergar o eterno.
De escrever o eterno.
De esquecer o eterno.
E fazer um pedido:
Querer a noite!!

Marcos Lima

sábado, 12 de janeiro de 2008

“Vivemos esperando dias de paz, dias a mais, dias que não deixaremos para trás...”

É com essa máxima do Jota Quest que iniciamos uma discussão meio acalorada. O que é a fé? O que é ter fé? É necessário que exista fé hoje em dia?

De acordo com o Dicionário Aurélio, "fé" quer dizer:

[Do lat. fide.]
S. f.
1. Crença religiosa.
2. Conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto.
3. Rel. A primeira virtude teologal: adesão e anuência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações.
4. Firmeza na execução de uma promessa ou de um compromisso.
5. Crença, confiança.
6. Asseveração de algum fato.
7. Testemunho autêntico que determinados funcionários dão por escrito acerca de certos atos, e que tem força em juízo.

A partir dessa definição, "ter fé" significa acreditar em algo ou em alguém. Confiar no impossível, no extraordinário, procurando razões para se prender a essa idéia. Complicado, não?

Pesando os prós e os contras do mundo atual, a fé é sim extremamente necessária. Acreditar em um amanhã sem discussões, brigas ou disputas é o primeiro passo de um homem “temente aos castigos de Deus” e que possui fé na vida. O mundo não está bem. O mundo está doente, e talvez, dizem os mais fanáticos, a única cura existente seja a fé.

Mas que fé seria essa? Seria a fé em um Deus onipotente e bondoso, ou seria a fé em um amanhã de paz e harmonia?

Alguns afirmam que para se obter as conseqüências indicadas ao final de minha pergunta, seria preciso se pegar com a maioria dos deuses possíveis, de Zeus, passando por Alá, chegando ao Deus conhecido de todos os cristãos. Ou seja, paz e harmonia seriam presentes, merecidos, para quem um dia acreditou que tudo podia ser diferente.

Mas e quem acredita, desacreditando? São tantos problemas que nos rodeiam que uma luz no fim do túnel parece cada vez mais complicada de se encontrar. Essa é a função primordial da fé: fazer com que você acredite, apesar de todas as adversidades, procurando na fé uma solução para o seu problema, quão grande e complexo ele seja.

A fé tem vários rostos, várias maneiras de manifestação, porém, é indiscutível. Cada um tem (ou não tem) a fé em que acredita, a fé que acha necessária para viver. Odeio quando tentam discutir minha fé, quando dizem que eu não tenho fé.

Claro que tenho fé. Senão, pra quê estaria escrevendo sobre a ?

sábado, 5 de janeiro de 2008

Três Lados de Mundo

Quantas vezes não nos deparamos com uma situação onde a dúvida é um tanto quanto majestosa. Será que aquele seu amigo é culpado pelo roubo de seu celular na sala de aula ou ele é mais um injustiçado pela maioria? Será que o nosso governador Jackson Lago comprou votos no período eleitoral ou ele é mais uma vítima do clã dos Sarney’s? (Aposto na 1ª opção!!)

Várias informações bombardeiam nossa mente a cada segundo. Culpado. Inocente. O que fazer para provar?!

Estou lendo um livro intitulado “O Grande Desafio” (Bandeira, Pedro. Ed. Ática, 2006). Nele, um garoto chamado Toni descobre que o contador da escola onde estudava havia desviado uma grande importância em dinheiro. O tal contador era uma pessoa boníssima, e ainda por cima pai da garota por quem Toni era apaixonado. O fio principal da história se dá a partir daí. Como provar que seu Afonso não era culpado?! Emocionante é saber que com garra e determinação dá pra se provar tudo sobre todo mundo, mesmo quando temos um sentido afetado.

Ainda não cheguei ao final do livro, mas acredito piamente na inocência do pai de Carla, a tal garota que falei há pouco. Caso contrário avisarei da minha desilusão quanto a história.

Mas na realidade, o livro é apenas uma base para o que quero compartilhar com vocês.

Estava analisando algumas leituras e me deparei com algo muito interessante a respeito do culpado/inocente, do juiz que cada um de nós tem dentro de si.

Muitos de vocês devem conhecer a música Três Lados, do grupo mineiro Skank. A letra é meio complicada. E a complicação é explicada em parte pelo vocalista e compositor, Samuel Rosa, em entrevista à Revista Mundo Estranho de Outubro de 2006.

Quando indagado por que a canção se chama Três Lados, Samuel responde: “O título da canção foi tirado da frase de um famoso produtor de cinema que dizia: ‘Existe o meu lado, o seu lado e a realidade’. Cada um defende a sua verdade.”

E pensando bem, isso é fato. Nos exemplos citados acima, cada cabeça pensante tem um julgamento. Metade pode achar que o pequeno ladrão de celular realmente “capou” o aparelho e a outra metade é totalmente contra a generalização apressada, e o chama de inocente: “Eu não acredito que este jovem foi capaz de tamanha atrocidade.”

Mas, e a realidade?! Ninguém, a não ser o verdadeiro culpado (ou inocente) sabe o que realmente aconteceu. Por isso, exatamente por isso, tudo tem três lados.

Escolhemos um lado sem se importar se ele é o certo ou não. Apenas escolhemos. Vamos com a maioria. E, às vezes, a escolha pode se tornar irreversível e a culpa, em nós mesmos. Talvez isso explique o “não sabe/não opinou” das pesquisas de intenção de voto!!

E você?! Já decidiu de qual lado vai ficar?