quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Como Te Amo?

*Tava assistindo o Snoopy na Record e encontrei a Sally recitando esse poema...

Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.

Elizabeth Barrett Browning

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Amores Imperfeitos

Você já parou pra pensar quantos foram os seus amores platônicos? Aqueles amores, que podiam até não ser paixões arrebatadoras, mas que, na sua mente, tinham tudo pra dar certo. Aquelas pessoas que por mais que lhe xingassem, não lhe dessem bola, discutissem com você, tava tudo perfeito e sua paixão só crescia...

“És parte ainda do que me faz forte e, pra ser honesto só um pouquinho infeliz...”

Depositar amor em alguém é normal de todo ser humano. O que eu não consigo entender é por que existem esses tais amores platônicos. Pra quê gostar de alguém que não está nem aí para o que você pensa, fala ou sente? Só pode ser brincadeira do coração!!

O termo “amor platônico” foi utilizado pela primeira vez no século XV, pelo filósofo florentino Marsílio Ficino, como sendo sinônimo à expressão “amor socrático”. Na Grécia Antiga, Platão, discípulo de Sócrates, acreditava que a verdadeira afeição era livre de estereótipos, e o que valia mesmo era a virtude que cada um carregava. Ambas as definições expressam um amor centrado no caráter, na inteligência, e não nos atributos físicos, que despertam um desejo sexual.

É esta a definição que temos hoje para o amor platônico. Uma paixão imaginária, sem pretensões sexuais ou carnais, baseada em um sentimento puro, e que, quase sempre, não dá em nada.

Digamos que de sentimento imaginário eu entendo bem, mas quem não entende? A maioria dos adolescentes (ou jovens adultos) tem ou já teve uma pessoa por quem era capaz de fazer qualquer coisa. É incrível; ela parece perfeita, tem todos os atributos necessários para que viva a eternidade ao seu lado, é inteligente, “cultua bons livros”, te ensina as mais diversas lições, sem falar que é a mais bonita dentre as mais bonitas.

Mas você não pode tê-la. Talvez ela tenha namorado(a), talvez não goste de seu estilo de se vestir (o que faz você usar as roupas mais esdrúxulas possíveis), talvez te ache idiota, chato(a), ou talvez nem saiba que você tem uma paixão platônica por ela. Nesse momento, na hora da dúvida, todos os sonhos aparecem pintados de violeta na sua cabecinha. Você começa a procurá-la em si próprio. E sempre fica desolado quando não a encontra. Parece que o mundo vai desabar em poucos instantes. E você vai morrer sem pedir um abraço, um beijo ou um aperto de mão...

“Mas tudo bem, tudo bem...” Se um dia esse sentimento surgiu, por que não pode desaparecer agora?!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Noite

Eu quero a noite.
Surgir e deitar
Repousar no teu vento
Imaginar o teu alento
Fazer de mim o que eu não tive coragem.
Ser o que eu não tive coragem.
Perceber o que não tive coragem.
Viver o que não tive coragem.

Eu quero a noite.
Por imaginar seu conforto
Tranqüilo e aparentemente morto
Mas mais acolhedor que um sombrio sopro
Quero deitar.
E em ti, somente em ti.
Imaginar a beleza da noite.
Ardente e sublime beleza da noite.
Calma e emocionante beleza da noite.
Fazer do escuro o mais claro possível.
De se enxergar o eterno.
De escrever o eterno.
De esquecer o eterno.
E fazer um pedido:
Querer a noite!!

Marcos Lima

sábado, 12 de janeiro de 2008

“Vivemos esperando dias de paz, dias a mais, dias que não deixaremos para trás...”

É com essa máxima do Jota Quest que iniciamos uma discussão meio acalorada. O que é a fé? O que é ter fé? É necessário que exista fé hoje em dia?

De acordo com o Dicionário Aurélio, "fé" quer dizer:

[Do lat. fide.]
S. f.
1. Crença religiosa.
2. Conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto.
3. Rel. A primeira virtude teologal: adesão e anuência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações.
4. Firmeza na execução de uma promessa ou de um compromisso.
5. Crença, confiança.
6. Asseveração de algum fato.
7. Testemunho autêntico que determinados funcionários dão por escrito acerca de certos atos, e que tem força em juízo.

A partir dessa definição, "ter fé" significa acreditar em algo ou em alguém. Confiar no impossível, no extraordinário, procurando razões para se prender a essa idéia. Complicado, não?

Pesando os prós e os contras do mundo atual, a fé é sim extremamente necessária. Acreditar em um amanhã sem discussões, brigas ou disputas é o primeiro passo de um homem “temente aos castigos de Deus” e que possui fé na vida. O mundo não está bem. O mundo está doente, e talvez, dizem os mais fanáticos, a única cura existente seja a fé.

Mas que fé seria essa? Seria a fé em um Deus onipotente e bondoso, ou seria a fé em um amanhã de paz e harmonia?

Alguns afirmam que para se obter as conseqüências indicadas ao final de minha pergunta, seria preciso se pegar com a maioria dos deuses possíveis, de Zeus, passando por Alá, chegando ao Deus conhecido de todos os cristãos. Ou seja, paz e harmonia seriam presentes, merecidos, para quem um dia acreditou que tudo podia ser diferente.

Mas e quem acredita, desacreditando? São tantos problemas que nos rodeiam que uma luz no fim do túnel parece cada vez mais complicada de se encontrar. Essa é a função primordial da fé: fazer com que você acredite, apesar de todas as adversidades, procurando na fé uma solução para o seu problema, quão grande e complexo ele seja.

A fé tem vários rostos, várias maneiras de manifestação, porém, é indiscutível. Cada um tem (ou não tem) a fé em que acredita, a fé que acha necessária para viver. Odeio quando tentam discutir minha fé, quando dizem que eu não tenho fé.

Claro que tenho fé. Senão, pra quê estaria escrevendo sobre a ?

sábado, 5 de janeiro de 2008

Três Lados de Mundo

Quantas vezes não nos deparamos com uma situação onde a dúvida é um tanto quanto majestosa. Será que aquele seu amigo é culpado pelo roubo de seu celular na sala de aula ou ele é mais um injustiçado pela maioria? Será que o nosso governador Jackson Lago comprou votos no período eleitoral ou ele é mais uma vítima do clã dos Sarney’s? (Aposto na 1ª opção!!)

Várias informações bombardeiam nossa mente a cada segundo. Culpado. Inocente. O que fazer para provar?!

Estou lendo um livro intitulado “O Grande Desafio” (Bandeira, Pedro. Ed. Ática, 2006). Nele, um garoto chamado Toni descobre que o contador da escola onde estudava havia desviado uma grande importância em dinheiro. O tal contador era uma pessoa boníssima, e ainda por cima pai da garota por quem Toni era apaixonado. O fio principal da história se dá a partir daí. Como provar que seu Afonso não era culpado?! Emocionante é saber que com garra e determinação dá pra se provar tudo sobre todo mundo, mesmo quando temos um sentido afetado.

Ainda não cheguei ao final do livro, mas acredito piamente na inocência do pai de Carla, a tal garota que falei há pouco. Caso contrário avisarei da minha desilusão quanto a história.

Mas na realidade, o livro é apenas uma base para o que quero compartilhar com vocês.

Estava analisando algumas leituras e me deparei com algo muito interessante a respeito do culpado/inocente, do juiz que cada um de nós tem dentro de si.

Muitos de vocês devem conhecer a música Três Lados, do grupo mineiro Skank. A letra é meio complicada. E a complicação é explicada em parte pelo vocalista e compositor, Samuel Rosa, em entrevista à Revista Mundo Estranho de Outubro de 2006.

Quando indagado por que a canção se chama Três Lados, Samuel responde: “O título da canção foi tirado da frase de um famoso produtor de cinema que dizia: ‘Existe o meu lado, o seu lado e a realidade’. Cada um defende a sua verdade.”

E pensando bem, isso é fato. Nos exemplos citados acima, cada cabeça pensante tem um julgamento. Metade pode achar que o pequeno ladrão de celular realmente “capou” o aparelho e a outra metade é totalmente contra a generalização apressada, e o chama de inocente: “Eu não acredito que este jovem foi capaz de tamanha atrocidade.”

Mas, e a realidade?! Ninguém, a não ser o verdadeiro culpado (ou inocente) sabe o que realmente aconteceu. Por isso, exatamente por isso, tudo tem três lados.

Escolhemos um lado sem se importar se ele é o certo ou não. Apenas escolhemos. Vamos com a maioria. E, às vezes, a escolha pode se tornar irreversível e a culpa, em nós mesmos. Talvez isso explique o “não sabe/não opinou” das pesquisas de intenção de voto!!

E você?! Já decidiu de qual lado vai ficar?

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Receitas de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond De Andrade