sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mudança de Hábitos

Digamos que você está na rota daquele encontro com a garota mais maravilhosa que já apareceu em sua vida, ou para vocês meninas, aquele carinha mais sensacional de todo o país, pra ser um pouquinho exagerado. E digamos ainda que, no meio do caminho, você encontre aquele amigo dos tempos da 4ª série daquela escolinha do bairro onde você deve ter aprendido fração e mmc. Esse tal amigo - que provavelmente se chama Francisco, Júnior ou João - lhe convida pra tomar um sorvete e colocar o papo em dia. Você aceita ou vai ao encontro da pessoa que você julga ser a mais importante naquele momento?

Chato, não? Por incrível que pareça estamos começando a nos acostumar com esse tipo de coisa: trocar o certo pelo duvidoso (ou o duvidoso pelo correto). Por estarmos cada vez mais presos ao tempo, achamos que é inviável sair com o amigo porque não vai “dar tempo” de ir ao jogo de futebol, assistir àquele programa na TV ou sair com o(a) namorado(a). E, por conseguinte (olha eu falando difícil), acabamos mudando de hábitos, nos mantendo submissos a máquinas, como o relógio ou o computador.

Mudar os hábitos não significa só arranjar um emprego novo, ir estudar longe da sua casa ou passear com seu cachorro todo dia de manhã. Não!!
Mudar é modificar-se a qualquer instante, mesmo que a causa dessa mudança esteja lhe fazendo bem. Mudar é buscar um horizonte melhor, mesmo que as conseqüências não sejam as mais proveitosas possíveis.

É claro que não se muda da noite para o dia. Quem conseguiu esquecer a paixão adolescente dois dias depois de ela ter lhe dado um fora? Quem foi o maluco que, com um dia após a tragédia com o avião da TAM em São Paulo, esqueceu o episódio? Qual dos homens já colocou a toalha molhada no varal horas depois de a esposa ter reclamado?

A gente se acostuma, é claro. Mas aí entra a questão do tempo. Aquela “entidade” que nos causa tantos problemas com o seu poder de passagem quase que instantâneo é a mesma que nos faz modificar nossa maneira de pensar e agir perante o mundo.

Transformar-se está no seio do homem. De acordo com a Revista Super Interessante (Ed. 248, JAN 2008), você pode mudar seu jeito de ser a qualquer momento. A personalidade que você tem varia de pessoa para pessoa: algumas lhe acham super gente fina, enquanto outras querem mais é te mandar para o raio que o parta. O que não é saudável é mudar para tentar agradar essa parcela que te odeia. A não ser que isso vá te trazer algum retorno...

O ser humano tem jeito. Ele pode voltar a ser criança, praticar o charlatanismo ou até inferir algumas meias-verdades. Mas um dia ele muda. Pode acreditar!!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Tempo Perdido?

Confesso aos senhores que andei sumido durante um tempo, porém, não deixei de existir. Minhas idéias, experiências e virtudes só cresceram depois desse tal carnaval.

Troquei de escola, escolhi novos amigos (escolhas, não arranjos, nem achados... simples escolhas), prezei meus eternos amores – amigos ou não -, ouvi novas coisas, li novas coisas, errei, brinquei, me aventurei. Tudo com o corpo de um adolescente, mas com a alma de uma criança. Sim, caros amigos. O tempo também é uma criança, que cai, se machuca, mas logo volta a brincar. E se machuca de novo, até entender que tudo aquilo realmente valeu a pena, por mais estranho que parecesse.

Senti que precisava mudar. Mudei.
Senti que precisava buscar. Busquei.
Senti que precisava falar. Falei.
Senti que precisava estar. Estive.
Senti que precisava brigar. Briguei.
Senti que não precisava fazer nada disso. Silenciei-me.

Sumir e reaparecer depois, totalmente transformado, não é das tarefas a mais simples. Você nunca consegue por completo, sente que falta alguma coisa, e nem mesmo sabe o que é. Porém, como é o meu caso, existem aqueles que dizem que mudaram, afirmam a todos que vêem que mudaram, deixaram aquele sentimento de ódio e/ou amor de lado e agora estão cultivando uma seita budista que prega a paz infinita. Puro papo de charlatão.

Afinal, o que é o ser humano se não um charlatão?! Seria eu um charlatão? Seria você um praticante nato do charlatanismo? Ninguém é santo nessa terra de cegos. Ninguém é rei nessa terra de ninguém. Precisamos ouvir a verdade, a mentira e a meia-verdade. Existiria a meia verdade?! Ou ela não passa de uma meia-mentira?!

Bela maneira de começar uma nova era, você não acha?! Mas que maneira seria essa? Nem mesmo eu sei...

P.S.: Não perca as próximas postagens!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Falta

Ninguém disse que ia ser fácil
Levantar e cair todo dia
Magoado com a própria agonia
Sonhando com tudo do nada que não poderia existir

Ninguém disse que ia ser fácil
Acreditar na mais doce ilusão
Na mais perfeita reação
Algo alegre com um brilho qualquer

Escolhi ser feliz por alternativa
Me vi como alguém a deriva
Esperando o momento certo de agir
Um cientista que inventa doenças
E a crença na cura que não há de surgir

Sou apenas um outro qualquer
Mas com sonhos e medos
Como qualquer outro ser

Sou esperto o suficiente pra saber que a vida
Não avisa quando vai embora
Prioriza sua própria aurora
E se desmancha ao anoitecer

Esqueço que sou um simples humano
E que apesar de tudo
Ainda não tenho você...

Marcos Lima

sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Magia do Carnaval

Eu juro que não queria falar de carnaval logo no meu primeiro post de Fevereiro. Tem tanto assunto importante pra se discutir: a morte do Beto Carrero, a volta mais do que triunfal da febre amarela, a busca incessante de Lula por um candidato às eleições de 2010, a volta às aulas... Enfim, “n” coisas que renderiam um belo texto, e, conseqüentemente, sublimes comentários. Mas preferi não fazer assim. É melhor seguir a deixa e falar um pouco sobre o que eu acho dessa festa móvel.

Realmente, é móvel até demais!! Tanta bunda remexendo na avenida, tanto bêbado andando de um lado para o outro nos blocos da vida, tanto “mexe remexe” no controle remoto nas madrugadas dos dias de folia. Confesso que me dá até medo...

Mas eu paro e penso. O brasileiro precisa destes 5 dias de comemoração e animação (isso sem falar que ainda existem as tais “prévias carnavalescas” e os famigerados “carnavais fora de época”) pra aliviar-se do dissabor das contas de Natal e Ano Novo. O pobre coitado trabalha tanto, ganha pouco e ainda tem que comprar sapato Prada, tênis da Nike, calça da Gang, bolsa da Louis Vuitton, perfume da Dolce e Gabbana... Haja tanta marca pra tão pouco vil metal!!

Mas e o jovem? Ele não trabalha, não ganha porcaria nenhuma, e por que se mete no meio de tanta gente e vai pular ao som de Chiclete com Banana, Asa de Águia e o diabo a quatro?! Simples, meu caro. Já que o velho (ou a velha) tá bancando o abadá, nada mais justo do que ir se divertir e ficar a noite inteira dançando feito um louco atrás de um trio elétrico. E o papai (ou a mamãe), o que acham disso?! Dizem que é perfeitamente normal e aceitável. Eles (os pais) trabalharam tanto, que não tiveram tempo de se divertir. É melhor que os filhos brinquem e corram o risco de serem esfaqueados, assassinados, estuprados ou que engravidem (no caso das meninas) do que ficar em casa assistindo tudo por uma tela de 14 polegadas...

Talvez seja essa a razão principal pra existirem tantos foliões espalhados por aí... O desagrado com as mortes de todo dia, o medo de contrair doenças que não se sabe se existe cura ou não, a desconfiança em relação ao governo – que se preocupa demais com assuntos fúteis e esquece o principal –, e o aperreio em pagar todas as contas que surgem logo no início do ano, inclusive essas do carnaval, fazem com que o cidadão procure um refúgio pra esquecer de tudo... E é justamente para isso que existe a Quarta Feira de Cinzas. Contabilizam-se os gastos (leia-se cinzas), iniciam-se as verdadeiras preocupações (cinzas...) e esquece-se de que daqui a 40 dias teremos a Páscoa, outra data extremamente comercial, mas que, assim como o Natal, não deveria ser vista assim...

Bom carnaval, pessoal...