quinta-feira, 17 de julho de 2008

Geração Fanta-Uva

Resolvi fazer algo diferente dessa vez: tratar sobre o assunto dos próximos meses - a política. Não a política superficial, que quase sempre se torna negativa, mas encontrar uma maneira de se estabelecer uma política consciente, que deveria ser seu verdadeiro papel aqui no Brasil.

“Mas nós dançamos no silêncio
Choramos no carnaval
Não vemos graça nas gracinhas da TV
Morremos de rir no horário eleitoral...”

Engenheiros do Hawaii

Falar sobre política no país em que vivemos sempre foi um assunto meio complicado. Passamos por uma época de Império, onde os sonhos republicanos se faziam cada vez mais presentes no cotidiano da população. Depois disso, a República não se efetivou de fato, como todos sabemos. Veio a ditadura, a censura e a repreensão, trazendo consigo o amargo sabor da derrota democrática, que após um bom período, conseguiu se estabelecer pelo menos como forma de governo oficial.

Hoje, coexistimos em uma sociedade democrática, onde o voto é a ordem, a única voz, consciente ou não, do que a população espera para si. Porém, de uns tempos pra cá, o voto anda fazendo parte do que eu chamaria de “política capitalista”, onde candidatos a cargos públicos induzem o eleitor a votar neles em troca de uma cesta básica, de alguns trocados ou um salário mínimo. E já que a situação do eleitor não está lá essas coisas, é quase que admissível a tal compra de votos. Coisa, no mínimo, cruel.

Mas, analisando friamente o que candidatos e candidatas fazem para que sejam eleitos, vemos que está mais do que na hora de pôr a mão na consciência e evitar o mal pela raiz. Ou seja, impedir que candidatos desse porte induzam a população ao interesse deslavado pelo dinheiro e que, ao invés disso, façam com que a população ganhe um trocado de uma forma honesta e deixe de pagar tanto tributo.

Nós, jovens, merecemos um país melhor, livre de tanta corrupção, de tanta palhaçada e bandidagem. Queremos acreditar em pelo menos alguma coisa que vocês candidatos falam. É impossível ser fantoche em uma sociedade onde a cada minuto pessoas morrem de forma medíocre, às vezes por causa de 50 centavos, às vezes por causa de erros de pessoas que dizem fazer nossa segurança ou por causa da falta de oportunidade.

Queremos liberdade, igualdade e fraternidade. Sempre quisemos, mas ninguém nunca nos ouviu. Calaram nossa voz, elegeram governantes despreparados e nos impediram de gritar no mais alto de nossa voz: CHEGA!!

Neste 5 de Outubro, vote consciente e, acima de tudo, com a esperança de que tudo isso pode mudar.

Mas o que esperar de um país onde jovens são presos na bebedeira, se vestem de preto e vivem em micaretas?! Puro devaneio...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Coisa Nossa

Confesso que estava sem um tema pra escrever. Acho que isso se deve ao fato de a inspiração ter ido passear um pouco e me deixado tomando conta da minha vida. E que vida!! Nesses últimos dias, aproveitei um pouco do meu descanso, que os outros chamam de férias, pra encontrar meus amigos, relembrar minha infância, reconfigurar meu outro blog, dentre outras coisas que acompanham, de brinde, os pronomes possessivos.

Vi um simples garoto se tornar um brilhante artista, perante um público de mais ou menos 2 mil pessoas; presenciei a volta triunfal de um amigo do mundo obscuro da solidão; comemorei o aniversário de uma menina-mulher; vibrei o nascimento de uma vida nova; ouvi histórias cabeludas de um casal por aí; conheci uma pessoa que eu sei que vou acabar magoando; ouvi e vi coisas de gosto duvidoso; renovei o layout/template de uma página na internet; assisti na TV algo que me fez pensar o quão perigoso pode ser o mundo da internet; conheci, de fato, lugares que eu já conhecia; prometi coisas a mim mesmo; joguei GTA; passei de fase; disse coisas de gosto duvidoso; andei de dia; passeei de carro à noite; ri; fiz ironia; pensei; briguei (brigas de sempre, que com um beijo ou abraço se resolvem logo)...

Enfim. Nada de tão sobrenatural...

Agora que você já sabe o que eu andei fazendo, por que não deixa um comentário e me fala o que achou de eu elencar as coisas que fiz durante uma das melhores semanas de minha vida?!

Sinceridade... Só faltou você!!

"O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos."

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Você está em alguma dessas esquinas.

Impressionante a capacidade que pessoas aleatórias têm - de ser "a melhor pessoa de todos os tempos". Todo dia, andando pela rua, eu me deparo com uma pessoa que eu nunca vi na vida e penso: "eu preciso conhecer essa guria", "ela é a melhor pessoa do mundo". E vale salientar que eu não me prendo apenas à beleza física, ou na escolha das roupas, nem mesmo naquele mais-puro-charme, quando penso nisso. É uma questão de vibrações. E eu falo de "vibrações" no sentido menos hippie da palavra. É como se vibrássemos em freqüências semelhantes. É como se eu mandasse sinais, códigos, para todos os lados, e esses códigos coincidissem com os dela.

Se ela é mal-educada, não sei. Burra? Não sei! Tem mau hálito? Como saber, se eu nem conversei com ela? "E por quê eu não cheguei e falei?" - me pergunto, em "Depois de Voltar". A resposta me vem à cabeça antes mesmo de colocar a interrogação no final do verso. É que eu não poderia suportar o fato de saber que essa pessoa não é a melhor pessoa do mundo. Eu não gostaria nem um pouco de saber que trata-se de uma pessoa comum, cheia de defeitos e características que eu possa vir a detestar. Eu não quero que ela seja desse mundo.

Então eu prefiro me agarrar a esses poucos minutos em que eu fico imagino. Eu penso que aquele olhar meio perdido, que lembra muito o meu, não é uma coincidência. Eu penso que ela só não me viu porque, assim como eu, está com a cabeça nas nuvens e, de lá, manda sinais, também para todos os lados. E é assim que eu me apaixono, meus caros, mesmo que seja por um punhado de minutos. Todo dia é assim.

No entanto, se existe alguma coisa que me motiva a sempre sair na rua e mandar esses sinais sem destinatário, é o fato de eu acreditar nas coincidências absurdas que se escondem por detrás de todas essas esquinas. De alguma forma, lá no fundo, eu sei que vou tropeçar em ti, mais cedo ou mais tarde. Sei que não vai haver distração capaz de tirar o teu olhar do caminho do meu. Algo vai acontecer, e os nossos sinais vão se coincidir, vamos colidir de forma tão violenta que a nossa vibração vai ser uma só. Vamos ressonar, pra todo mundo ouvir e voltar a acreditar que as "melhores pessoas do mundo", de fato, existem. Aí eu virei aqui pra contar que o destino realmente existe, e que muitas das nossas melhores histórias são escritas a quatro mãos, de olhos fechados, e sem revisão ortográfica.

Quando eu digo que o futuro é agora, quero dizer que o final dessa história depende do começo, da primeira linha, da primeira palavra. É por isso que eu pego a caneta pra escrever os meus dias nas calçadas, nas marquises, vitrines e paredes. É por isso que eu vou vagar sem rumo, sem mapa, por essas ruas, seja de Porto Alegre, ou de qualquer outro lugar do universo. É porque eu tenho certeza de que, um dia, eu vou tropeçar em ti, mesmo que tu ainda não exista. Mesmo que tu sejas uma utopia, uma ilusão que eu criei na minha cabeça. Mesmo que tu não passes de uma paixão-de-5-minutos. Mesmo que, para isso, eu tenha que esquecer como é que se volta pra casa.

Lucαs Césαr Limα Silveirα, dα bαndα Fresno

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Amor?!

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!
William Shakespeare