sábado, 7 de agosto de 2010

Reclames

Saco meus paus e pedras. Começo a mirar em tudo e em todos. É inútil querer um sentido pra si. A festa rola e, por dentro, pura ânsia. Vontade de fazer diferente, de ser diferente, expulsar os fantasmas. Uma lágrima beira sair por meus olhos. Mas disfarço, me faço de forte pra não desabar. Egoísmo. Bobagem. Um espelho e minha imagem, magoada, perdida, querendo atenção. Falta alguém. Falta alguém pra desabafar, falta alguém pra perguntar o porquê de tudo isso, falta você. E eis que surge. Cabelo novo, vestido novo, jeito novo. Um sorriso apaziguador. E eu desmancho. Me destraio em meio a tanta beleza. Você levanta, como quem nada quer. E eu tudo quero. Quero você do meu lado, quero te ter por perto, certo. Te fito incessantemente. Que corpo, que curvas, que mulher! És minha. Só minha. E de todos os meus malditos defeitos. E lá vai você de novo, embora, pra perto. Some de minha vista e só me resta aceitar. Me destraio e saio de você. E eis que volta. Terrível, sedutora. Com um beijo no pescoço, diz que me quer e elogia. E eu me esqueço. De tudo o que disse, pensei e falei, eu me esqueço. De cada reclame abusado, eu me esqueço. De cada falta acusada, eu me esqueço. E te tenho de volta, pra perto de mim. Pra sempre. Enquanto houver uma lua quase cheia no céu e de volta pra casa, sempre seu. Sempre minha. Sempre nós.

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