domingo, 10 de abril de 2011

Corra, vida. Corra!

Corra, querido. Eu sinto muito, mas não posso alcançá-lo. Não posso alcançar seu desejo, tampouco negar o que sinto. Corra, querido, antes que seja tarde demais. Saia de perto do fogo. Lembre-se: eu não prometi queimar você. Respeite a minha linha amarela, o meu sinal vermelho. Escolha o seu caminho, longe de mim, longe da sua melhor ambrosia, do melhor mel daquela abelha que picou você em nosso primeiro encontro. Corra em direção ao vento, saia debaixo da chuva. Entenda que tempestades vêm e vão. Elas vêm e vão. E eu também sou assim. Feito também, mas com uma diferença: eu não aviso que estou pra cair. Eu venho caindo há muito tempo. Cada pingo, cada gota de chuva é como se fosse um aviso. Um aviso pra você correr. O mais rápido que puder. Pra perto de mim.

*Postado originalmente no blog Baladas de Calçada, um projeto paralelo que, ainda, não deu muito certo.

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