domingo, 8 de maio de 2011

Contos de Whisky VI

Ah, ela estava ali parada, infeliz. Mergulhando suas angústias em um copo de cerveja barata. Não era justo fazer o que fez, jogar o charme que jogou, invadir sua vida como invadiu. Ela era suscetível e foi um prato cheio pra teu teste de galanteador. Esqueceu-se de uma regra, fundamental nesse jogo que, pelo visto, você não sabe jogar: é proibido apegar-se. E isso vale para os dois.

Não é lição de moral. Eu tava lá. Eu vi, com esses olhos que já viram muita coisa nesse mundo. Coisas que se eu contasse, com certeza preferiria nem acreditar. Ela tinha alguém e não era você. Alguém que também não era quem teria de ser. Um jogo de aparências, blindagens e flertes. Pronto, meu caro. Ponto pra essa sua beleza, esse seu charme, esse bem-me-quer, mal-me-quer, esse eterno teste de bom caratismo em que até eu cairia.

Mas foi bom. Quem pode negar isso? Dava pra ver em teu rosto, em tua falta de medo, em teu aparente sossego. Maldita somente a noite que já iria acabar. Tinha mais depois, mas eu preferi não acompanhar. Tinha uma certa esperança de que dessa vez você saberia como conduzir o barco. Saberia a hora de dizer não, de falar sim, de contar com o talvez. Pelo visto, não soube.

Como assim não quis o Martini? Como assim prendeu-se ao U2? A noite era só agora, sem pressa, do jeito que tem que ser. Ah, meu caro. Confundem-se as sensações com as desilusões. E você nem sabe ao certo se foi parte delas. Que história é essa de personagens de filme? É tudo vida real. Não existe certo ou errado, isso ou aquilo. Era vocês por vocês mesmos. Coisa de gente grande. Ou daquilo que pensavam ser.

O certo é que agora passou. Ambos com armaduras cruéis que já nem sequer lembram da batata frita que sumiu feito Stephen Fry. Aliás, por onde anda Stephen Fry? Por onde andam aqueles dois que eu conheci bêbados naquele bar? Ela em sua essência, ele em sua decepção. Motivos teriam pra fazer tudo de novo, mas é melhor assim. Quem sabe da próxima? Quem sabe na décima? Eu, na condição de Whisky, prefiro nem contar.

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4 comentários:

  1. Volto para comentar seu post! Estou aqui para avisar que mandei seu post para meu Twitter e Facebook! =)

    Até daqui a pouco!

    http://neowellblog.blogspot.com/

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  2. kra no meio da história eu fiquei meio perdido ,mas é como a teoria do caos "no fim todo o quebra-cabeça se completa" e kra ficou muito bom,do titulo até o ultimo gole da ultima linha kkkkk
    adoro histórias de embreagues ,tenho muuuitas ou escrevo muitas por causa dela kkk,adorei a poesia tão bem amarrada e o blog tmb parabéns

    http://algopoetico.blogspot.com/
    passa la!!!
    =)

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  3. É legal este estilo de texto com narrador a contar o que aconteceu. Imagino uma pessoa que encontrei assim em algum banco para bater um papo. ...hehehe... Muito legal seu post. Mas, trata-se de um Whisky que fala? XD Bom, demais! ^^

    Abraços!

    http://neowellblog.blogspot.com/

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  4. Interessante o conto...
    ah falando de Kick Ass..olha o filme pode passar despercebido mas para quem curte ação, humor negro, ironia e uma boa história com excelentes atores,o filme é ótimo!

    ah estou te seguindo, espero poder contar com sua presença no blog mais vezes pois sempre estarei passando por aqui ^^

    http://www.empadinhafrita.blogspot.com

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